Praça do Duque da Terceira, às 11:44
Rua do Alecrim, im-im-im, pois vim, por aí acima vim
Largo do Chiado, ado-ado-ado, rima com fado, hey mr. Pessoa, how are you?
Rua Garret, ê-ê-ê, êu |^...!| a chegar à Rua do Carmo
Praça Dom Pedro V, às 12:01
Entrei na loja de tecidos. Vasculhei. Quis comprar um tecidozinho, ó-pá-só-um-vá-lá. Não quis comprar nada, o desejo esfriou e desisti do plano de um lindo vestido formar com aquele padrão sensacional. É que tenho montes de tecidos em casa, guardados numa caixa. Há dois anos que não confeciono os meus trapos de verão, não sei, não me apetece, o ano passado ainda tentei e pus-me de roda de uma saia. Aconteceu a saia não me assentar lá muito bem e pumba e coiso, guardei o trapo inacabado, há de lá estar na dita caixa. Hum, esperem lá, se calhar joguei tudo no lixo.
Apanhei o Metro para Telheiras mas saí um bocado antes. Ah e coiso «as linhas do Metropolitano poderão sofrer atrasos entre as 13:00 e as 15:30» dizia a voz do altifalante uma vez e outra, e, por entre essas vezes, a mesma frase corria numa tira de ecrã. Não fiz caso dos avisos, era cedo para esses abalos de linhas.
A minha estação tem uma livraria daquelas que não passam de um cantinho envidraçado onde há umas quantas prateleiras encostadas à parede e ao depois livros e mais livros são empilhados por temas e preços, formando dois corredores que a custo percorri sem derrubar tudo... quero dizer: qualquer coisinha, vá, que derrubar tudo ser-me-ia difícil.
Ora bem, escolhi dois livros, um por mim, outro por convite da senhora que toma conta do lugar. Creio que o convite foi do tipo: ó pá, tu despacha mas é isso, estás aí de um lado para o outro, mirando e revirando livros, sem te decidires por nenhum. Sério. Pareceu disposta a ajudar-me. Eu disse ajudar, não disse acotovelar, nem respingar, nem destratar.
Entretanto, à hora da ajuda da senhora, eu tinha dois livros escolhidos e, obrigando-me a uma condescendência, aceitei uma das propostas dela:
'O Último Minuto na Vida de S.' de Miguel Real
E mantive nas mãos uma das minhas escolhas:
'Mil Amanhãs' de Karen Kingsbury
Quanto a mim são boas escolhas, mas se serão ou não, verei ao depois de ler parte. Escolho os livros pelo título, relegando a capa, que é material que não me entusiasma por aí além, obviamente considero que uma capa lustrosa e colorida salta à vista, mas não condiciona o jogar da minha mão para o retirar da prateleira. Nada disso. Primeiramente é o título, como já referi, depois abro o livro, podendo, ou não, tomar conhecimento de alguma dedicatória do autor ou outras palavras, que geralmente são bonitas e não pertencem a quem escreveu o livro, mas sim a um autor consagrado e isso assim, que fica bem e coiso. Bom, está na hora de prosseguir a minha análise e prossigo-a lendo as primeiras linhas, encontrando aqui duas fases, a primeira é se me prende o olhar de tal maneira que quase irresisto a continuar, a segunda é se não estou a reescrever, com a minha maneira de escrever, o que estou a ler. É assim que meço as minhas escolhas de leitura, desejo por saber o resto da história e, simultaneamente, desligamento total do meu eu que escreve.
No blogue, há muito tempo que não noticio particularidades da minha leitura, mas eu tenho lido. Vou lendo, vá. Poucochinho. A história agora está-me no fim, o que empolga – também poucochinho - e o livro do momento é 'Sem Medo' de Rita Delgado.
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