Tinha um peixinho cozinhado com temperos mil. Sobrou. Pus-me nos bolinhos e, para tal, pus o peixinho e pus um restinho de trigo sarraceno para o aconchegar. Já para aglomerar a mistura houve ovos e farinha, que eu tinha e pus, e para temperar houve pimento vermelho e cebola roxa, que eu tinha e pus. Contudo, aquele molhinho chamava-me: ó Ginó Gina, mistura-mali, pâ lise!
Misturei, sim senhores, anuindo ao apelo, mas não sem antes recordar a própria infância, de quando me deu para misturar todas as barras de plasticina, curiosa com a linda cor que dali sairia. Mas não. Saiu um verde acinzentado mas tipo assim a amandar-se para o castanho, era portanto uma cor esverdeada, cinzenta e acastanhada, não sei se deu para entender, deu?, claro que sim, por isso continuo – calhando, misturando eu todos aqueles sabores, do mesmo modo que não consegui cor nenhuma misturando todas as cores da minha plasticina, sabor nenhum alcançaria.
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