sábado, 2 de março de 2024

28 de Fevereiro de 2011, o cão nasceu-lhe

Se eu trabalhasse numa livraria era a mulher mais feliz do mundo. Os livros e eu. As histórias e eu. As pessoas e eu. O ficcionado e o real, tudo à mistura, como se vivesse num carrossel, vendo o mundo girar sem me mexer muito, uma entre iguais. Aqui não. Aqui a fantasia reside apenas na minha cabeça. Fora daí a realidade é dura. Acho que é por isso que escrevo, escrevo para dar importância às coisas, para tirar-me da seriedade que tem de ser a minha vida, para esquecer. Escrevo para me esquecer, não suporto a minha vida e é por isso que escrevo tanto. E, já agora, se eu trabalhasse numa livraria era a mulher mais feliz do mundo.

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