segunda-feira, 25 de julho de 2016

Segunda-feira

Há exatamente vinte e dois anos atrás era também segunda-feira e eu era uma puérpera que tinha um recém-nascido aos meus cuidados desde as sete e quarenta e cinco da manhã. Hoje o rico filho faz 22 anos. Incrível, não? Bem sei que é um lugar-comum dizer que os filhos crescem num intante, quase sem dar por isso, mas é efetivamente o primeiro pensamento que tenho: como é possível que o rico filho já tenha 22 anos?! Se ademais é o mais novo de dois?! Ah... (22, capicua, ah ah)
Contudo, não quero passar a ideia de que sou uma mãe saudosa dos meus bebés e das criancices de cada um deles, que é lá isso, gosto bastante de terem chegado aqui, serem adultos capazes, responsáveis, autónomos, mas, chegada a datas comemorativas, lá penso eu no lugar-comum: é num instante que o tempo passa.
Bom, parabéns ao rico filho. Deixo texto que em tempos escrevi, onde se percebe que o rico filho é detentor duma inteligência e sensibilidade incríveis. Incríveis, ah ah, como é incrível o tempo que já passou... Vamos lá recordar, então, este episódio que conta com quase dois anos decorridos.



Rico filho agarra no carro para levar a família ali assim. Isto sendo que da última vez quem tinha usado o carro fora ele mesmo... E vai daí, digo eu:
O que é que acontece quando o rico filho anda no carro...?
Que música ouve...?
Que tipo de canções soam assim que se roda a chave na ignição...?
Rep.
Bom, estava a dar rep no radio do carro mas ele mudou para se ouvir Radio. Lembrei-o que não era preciso mudar, podia deixar estar aquele som. Ele faz que não com a cabeça e diz 'prefiro ouvir quando estou sozinho'. Surpreendi-me e perguntei-lhe porquê, ao que ele respondeu, com uma certeza que me desarmou:
'Para sentir'.
|18 novembro 2014|

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