Pensei fazer dele o meu diário manuscrito e pessoalíssimo, tipo assim a notar todas as minhas falhas, as hipocrisias, as dores, as lágrimas, mas nem só as partes pouco boas da minha vida como também as muito boas, como por exemplo elogios, rasgados ou diretos, manias de que sei fazer/ser e tal, pronto, isso assim, vá. Entretanto desisti, até porque a ideia com que a rica filha me presenteou o dito caderno era eu passar a anotar aí os tópicos para posts no blogue, assuntos para vídeos, programações de como editar, músicas a adicionar, enfim, seria uma agenda, um caderno programador e lembrador em simultâneo... um memorando, é isso, lembrei agora mesmo, um memorando, falta-lhe as datas, mas pronto, registo-as eu.
Então o que é que eu já pus lá no caderno?
A lista de supermercado, claro! Ó:
De notar que os espaços vermelhos fui eu que preenchi todos, a lista idem, excetuando a última falta, essa foi a rica filha que lá pôs. De notar o meu ponto de interrogação junto aos nachos e o contorno dum coraçãozinho, este foi também a rica filha que desenhou, não sem antes me perguntar se podia riscar o ponto de interrogação, vontade que lhe neguei, e vai que a rapariga contornou o tal coraçãozinho para mostrar que o melhor que eu tenho a fazer é comprar efetivamente os nachos o quanto antes.
Então e como é que eu quero continuar a encher este caderno?
Para começar, conforme for adquirindo as faltas do supermercado, assim as vou rasurando, quando chegar a segunda-feira, ou o domingo, depende da disposição que tenha para a atualização, volto a registar a data, copiar o que – afinal – não comprei e acrescentar as faltas que vão entretanto surgindo. Sei de antemão que me vou repetir até ao fim do caderno porque obviamente os géneros alimentícios e os artigos de limpeza raramente são diferentes, semana após semana é mais do mesmo, mas pronto, ao menos muda a data, ah ah.
Para continuar, vou sim senhores passar a registar neste caderno os tópicos para posts e as ideias para vídeos, bom como o modo de compo-los e mais não sei o quê.
Para acabar registei na primeiríssima folha as medidas das janelas do quarto laranja e da cozinha branca. É que quero comprar cortinados. Eu querer, quero, só não sei quando. Chateia-me, pronto, já disse aliás isso mesmo num post que há de estar aí para baixo. Essas medidas tinha-as eu apontado num papelinho dos meus e guardado no porta-moedas. Entretanto já não moram aí, as medidas, moram agora no caderno que a rica filha me ofereceu. Bom, acho que já se percebeu tudo. Mas é que tudo e tudo e tudo.
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