quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Lisboa, dezanove de outubro de dois mil e dezassete

Acabei de descobrir que uma das minhas trocas, aquando do título deste post, se traduz em 'putubro'. Não há dolo nesta troca, então o perdão é dispensado, mas achei o putubro tão interessante, tão capaz de um sorriso meu, que o registo.

Hoje tenho de ir ver a árvore amarela. Olarila. Não tarda quase nada. Quero perceber se está despida e amarela, isto no mais, se, em suma, a mudança de tempo lhe fez coisas.

Ontem, na aula de Pilates, em certa circunstância, o professor recomendou que não deixássemos os dentes morderem a língua. Ri-me toda eu cá por dentro.
Ó senhor professor, olhe, é assim: eu não consigo manter a língua completamente fora do perigo do fechar dos dentes. Sério. É que, pelo menos por ora, não sou uma pessoa normal.

Sonhei que me enrolavam um cachecol do Benfica ao pescoço e me espetavam uma coroa na cabeça. Isto tanto pode ser uma questão de ditadura como de calvário. É escolher, em querendo.

Ao lado direito dos que sobem a avenida, apresentam-se-lhes quatro bancos. Acrescentaram-lhe, portanto e se não possuo dolo, dois bancos, isto uns outros quaisquer. Há tanto e tanto tempo que não me dedicava a esse lado da avenida... Diz que mudar os hábitos faz bem às partes cinzentas da cabeça. Mas o dolo, neste indo-eu!-indo-eu! pela esquerda, é do sol, tantos os dias de um calor imenso, ademais: fora de horas. Bom, mas agora chove, a temperatura baixou e mais não sei o quê. Ah, e o homem das castanhas, sim, lá estava, com bicha à português, que eram dois ou três aguardando as famosas. Ah, a árvore amarela, pois que lá estava, muito despidinha, sim senhores, mas muito verde também.

No lugar da musa percebi que nos vasinhos verde-água vivem uns seres de folhas verde-planta.
A colherinha é tão bonita. A ocasião faz o ladrão. Parti a colherinha de louça da rica filha. O pratinho escuro também é fofo, apesar de escuro. É rústico. O rústico é sempre escuro.

O topo da caneta d' hoje é hexagonal. Podia ter sido eu a encontrá-la, mas não, ela é que veio ter comigo. Apareceu-me a cor-de-laranja, num dia de inverno.

Ainda não acabou o dia. Quero registar que os tais sessenta e cinco gramas já não marcham comigo pra todo o lado.

Ainda não acabou o blogue. Hoje aprendi a palavra dolo, quero mais oportunidades de a usar. Até amanhã.

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