Estava eu muito bem a sonhar com a minha amiga, conversando calmamente – eu disse conversando; eu disse calmamente – os assuntos eram interessantes para ambas e tal, e vai que na sequência disto nos separámos e fomos cada uma à própria vidinha, alegre, compenetrada e pacificamente. Na sequência da sequência anterior, eis que a minha amiga lhe deve ter dado um sono do caraças, que a vi dormindo descansadamente – algures, sei lá onde, na rua?, ressalvo que relato um sonho – e, ao passar por ela e vendo que dormia – hum, acho que era no chão da rua, já referi que isto aqui é um sonho... - muda ia e calada passei. Dias depois contei-lhe que a vira dormindo mas, não querendo incomodar, não lhe falei. Ela respondeu tão secamente quanto conseguirdes imaginar:
Então, não queres falar, não fales!
Com tudo e por tanto, quero então dizer que isto era um sonho e que os sonhos imitam a vida e a arte imita os sonhos, mas pobremente, e também imita a vida, mas a enriquece despudoradamente, e só não põe pontinhos cintilantes em histórias quem não as tem ou as não conta.
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