quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Baú, Novembro 2015

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Mais do que para passar o tempo, mais do que tentar esquecer que me encontro num lugar que não suporto, mais do que rebuscar o amor na impessoalidade dos objetos, aqueles meus posts em que me ponho a enumerar freneticamente o recheio da minha secretária, aqueles em que registo as faltas da minha despensa, ou os planos doces para o fim-de-semana e ainda todo um rol de minudências que aponto diariamente, servem, mais conscientemente do que quero e preciso, para ver até que ponto alguém se mantém na disposição de ler este blogue.

Geralmente não me dou ao trabalho de encontrar encaixes entre episódios da minha vida e motivos para isto ou aquilo ter acontecido como aconteceu, sou mais de deixar a vida fluir porque entendo que só assim sucede o inesperável, portanto é particularmente interessante que as frases que apresento a seguir (do livro do momento, 'Olhos verdes', Luísa Costa Gomes, páginas 112 e 120 respetivamente) tenham sido encontradas não muito depois de ter escrito o texto acima.

«O que se seguiu nem é preciso contar em pormenor.»
«Se era isto verdade ou ilusão, o futuro o dirá.»

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Fui cuscar a última palavra do livro que ando a ler, Olhos Verdes, Luísa Costa Gomes. É 'polar', a palavra que consta antes do derradeiro ponto final. Podia usar esta ideia como trampolim para a compra de livros. Tenho o hábito de ler as primeiras frases dum livro se o quero saber interessante para mim, isso e abrir algures no meio, ou antes do meio, vá, e ler também, é assim que decido se quero um livro ou então não. Mas podia ir roubar a última palavra, atentando em não deitar o olho à frase que a contém, ou às frases anteriores. Supostamente, se refreear a curiosidade e roubar somente a última palavra, não arruinarei o interesse nem estragarei o prazer da leitura, que uma palavra isolada não traz mal nenhum, quando elas se juntam é que.

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