Perdi as minhas chaves, que são ao todo para aí umas quinze, não sei onde, obviamente, quando não já as teria ido buscar ao sítio onde as deixei. Existem várias hipóteses:
1) Deixei-as na frutaria do nepalês
2) Deixei-as no estaminé do meu colega
3) Deixei-as no restaurante
4) Deixei-as cair da mala
Havia ainda uma quinta hipótese, que era, note bem: era, tê-las deixado no gabinete de estética onde estive há coisa duma hora atrás, mas vai que já liguei para lá e lá não ficaram. A menina que me atendeu estava muito zonza com a minha situação, o que percebo perfeitamente, aquele telefone é para receber chamadas de pessoas que querem tirar o excesso de pelos do buço e das sobrancelhas, ou então preenchê-las, que há damas com faltas de pelo nas sobrancelhas, que é que julgam?, ou então pode ser alguém querendo mais pestanas para fazer assim tipo vento em cada piscadela de olho. Portanto: alguém que ligue a dizer olhe lá, eu estive aí mesmo há bocadinho, não teria deixado uma bolsinha com chaves em cima do balcão?, é realmente uma prosa um bocado esquisita, já para não falar da falta de experiência dos jovens adultos, que isso também conta e não é pouco. Eu cá já tenho uma idade e uma experiência capazes de me pôr no lugar doutra pessoa num ápice, mas os jovens, enfim, coiso.
Da quarta hipótese quero ainda falar um bocadinho. Ia eu subindo aquela rua de Lisboa onde nasceu (ou viveu, não sei muito bem nem vou pesquisar por falta de tempo) o Poeta Fernando Pessoa, aí há árvores pra caraças e eu queria filmá-las, comecei hoje aquilo das segundas-feiras de julho e lembrei-me delas...
(entretanto já encontrei as chaves, estavam, como calculava, no estaminé do meu colega, mas como já tinha começado o post, acabo-o... ah, e as chaves que carrego diariamente são um total de dezasseis)
Ora dizia eu da rua. Pois foi, saquei da máquina fotográfica montes de espectacular, que por acaso também filma, e pus-me a filmar. Para me amanhar, no sentido de manter a máquina no ângulo que queria, e andar ao mesmo tempo, eis que meto a mala debaixo do braço sem a fechar, lapso que só notei quando quis guardar a máquina. Ora podia ter sido aí. Mas não. Como já se percebeu no parêntesis acima.
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