segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Do intervalo grande

A cada dia que passa a árvore amarela está mais amarela, contudo permanece ainda mais verde do que amarela. Agora já não me posso sentar lá debaixo, levaram o velho banco e ainda não voltaram de lá com o novo. Oh. Portanto já não me deixo estar, a cabeça inclinada, observando e observando, imbuída daquele sentimento que dita 'posso-estar-aqui-infinitamente', sem que na verdade possa, mas o sentimento está cá. E a árvore amarela está lá. E eu transporto-a para o blogue.
A cor das árvores da rua mais bonita de Lisboa não têm muito de amarelo em si, a essas o outono dá-lhes com o castanho. Já há umas quantas muito acastanhadas, mas observando minuciosamente a primeira que encontrei ao meu lado esquerdo porque descia a rua, concluí que não está assim lá muito castanha, quiçá a clorofila ainda vigore por conta das milhentas folhas que tem essa árvore. Sério, é enorme, todos os dias me despeço dela, que qualquer dia aqueles senhores que mandam nos senhores jardineiros destinam-lhes como tarefa urgente cortar os ramos à pobre, é que realmente já incomoda os transeuntes, caso estes queiram ter uma visão alargada. Mas eu cá não quero nada disso, está bem. Está. Dou-me bem com ramos que sejam largos em baixo e incomodem a passagem. Não cortem a árvore, ó senhores que mandam nos jardineiros, vá lá. Obrigadinha.
Limparam o banco que continha a palavra 'basta'. Isto há dias, é que andei pouco grafómana, portanto ainda não tinha registado esta questão sumamente importante. A praça esvaziou um pouco com essa limpeza. As árvores da praça têm também as suas folhas envelhecendo. Na verdade estão mas é morrendo, mas pronto, compreendo que dizer que envelhecem traz poesia, a morte é fim, depois dela não há.

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