Há umas semanas que a Radio Comercial designa uma palavra como sendo a do dia e depois joga-se a um jogo. Vai daí, a malta querendo fazer uso das regras que os locutores instauraram para se jogar, insere a palavra
(que é sempre especial, gira que se farta - eventualmente fofinha, ah ah - e como não fazendo parte do vocabulário corrente)
numa conversa. Tenho andado tristinha com o facto de não ter ainda encontrado uma maneira de usar a palavra no blogue, desafios de escrita não são o meu forte, queria uma maneira de meter a palavra num post sem me sentir desafiada, o que, como já disse, não me atrai, não me provoca, não me espevita. Entretanto, hoje, num repente cá dos meus, lembrei-me: ah!, pesquisarei nos meus blogues quando e quantas vezes usei a palavra do dia, é isso!, é isso mesmo! Bom, logo depois amainei o fulgor, eh pá, então e naqueles dias em que chego tarde a casa e sem pachorra para pesquisas? Simples, ó Gina
(sim, falo muito comigo, se falasse muito com muita gente punha a palavra nas conversas quiçá muitas vezes... porque se eu falasse muito, possivelmente falaria tanto quanto falo no blogue, só por dizer que quando falo, falo pouco, mas se falo, falo como falo no blogue, por exemplo: quando falo nos vídeos, o que falo, falo igual ao que falo no blogue, só que com gaguezes e pausas para pensar)
nos dias em que não há tempo e/ou pachorra deixas para o dia seguinte, se no dia seguinte também não, deixas para o dia seguinte, se no dia seguinte ao dia seguinte... bom, já se percebeu. O qu' é qu' achas? Acho bem, ó Gina, acho muito bem. Mas notem por favor, e ainda, e muito bem: pode acontecer eu nunca ter usado a palavra, olarila, é que sendo grafómana, que sou sim senhores, não impede o não-uso ou então o total desconhecimento da palavra escolhida. Ora então vamos lá, a palavra d' hoje é chinfrim. Tu queres ver que começo logo com uma palavra que nunca escrevi em blogue nenhum...? Escrevi, escrevi, ó:
Os papagaios verdes na alameda fazem grande chinfrim. Acho que já fiz este registo algures no blogue mas é que hoje está de chuva, Ora, chuva, humidade e trópicos (papagaios) tem tudo a ver, só por dizer que nos trópicos não há esta porra deste frio.
A alameda tem um tapete esverdeado toda ela. Tudo lindo, tudo brilhante, tudo encharcado. |6 de dezembro de 2012|
Duas senhoras passeavam na livraria do bairro. Muito compostas, de braço dado. Mãe e filha, presumidamente. Presumo eu, quero dizer. Mas não presumi que conheço uma delas, a mais nova. Conheço-a, efetivamente. É a senhora doutora do cão, aquele cão que corre pela casa fazendo um chinfrim desgraçado, que o chão é de madeira corrida e muito polido, o bicho escorrega em cada passada e cai em muitas escorregadelas. O cão é giro... E a 'mãe' da senhora doutora também:
– Comissão das lágrimas?! Ai minha nossa senhora!
Exclama ela muito espanta ao ler o título do novo livro de António Lobo Antunes, que se encontra em lugar de destaque, estrategicamente colocado para quase esbarrarmos nele. Que o compremos, é o desejo da gerência, e aqui volto a presumir.
Não deve vir a ler este livro, a dita senhora, presumo uma vez mais, e é a última vez que o faço neste dia na forma escrita.
A 'filha' sorri-me, como que a desculpar-se do grande drama da 'mãe', mas não me reconheceu. |7 de novembro de 2011|
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