A Praça João do Rio é um quadrado lisboeta que nunca me encantou e foi então por isso que sempre me atraiu. Tenho desde sempre uma descrença muito forte na existência de lugares insípidos, estéreis, sem alma, cá no meu conceito de vida, lugares assim não os há. Sei lá, sofro com a falta de 'coisas' em lugares, é melhor negar e pronto, e note-se que não digo ausência de 'coisas' boas em lugares, pois 'coisas' más também lhes dão vida. Voltando ao ilustre senhor, João do Rio, que só pode ser ilustre porque tem um busto em Lisboa, em algumas passagens por ali, presumo que tenha parado a mirá-lo com atenção ao menos uma vez ou outra. Recentemente, voltei a parar para admirar, inteirar-me, quiçá descobrir, se realmente gosto da dita praça ou então não, e pus-me a ler a inscrição do pedestal, que, essa sim, me encantou vivamente:
A Praça Pasteur é sombria. Eu gostar dela, gosto, mas acho-a sombria. É possível que isso se deva à memória que tenho de ter feito uma entrega num dos prédios, que fica um bocado abafado por uma das árvores. Sombrio. Não sei. É possível. E a foto abaixo não retrata sombra nenhuma, bem sei.
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