Durante duas ou três semanas, para aí de dois em dois dias, procurei determinada peça de vestuário por toda a casa. Ele era nas costas e nos apoios do sofá, nas costas das cadeiras da sala ou da cozinha, no aparador, na mesinha, na arca, nos puxadores das portas, no parapeito da janela do meu quarto e até, oh vejam lá, em todo e qualquer estendal da minha varanda. E nada. Mas é que nada mesmo. Até que me lembrei de procurar numa das gavetas do móvel, que é onde é suposto ser guardada uma peça como aquela, ou seja: no seu lugar. E eis que lá estava ela, esperando. Pacientemente, pois claro, e cheia de disposição de se vestir por mim abaixo.
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