Não estou melhor, afinal, qual quê. O texto* abaixo foi sendo construído nos últimos dias e ontem deixei-o rascunhado por considerar que o poderia alargar de modo a ficar mais expressivo. Mas não.
Há a questão socio-familiar a moer-me os cornos, diz que sou - também – da família. Não sou de 'fazer parte' nem de 'grupinhos' e papo 'grupos' pra caraças, mas nunca me desconsiderei da família. Doeu, 'miga. A sensação que tenho é que alguém virou o bico ao prego e mo espetou, não sou eu que - também - sou da família, é alguém que não me deseja na sua família. Adiante.
Ao fim do dia o cansaço mental é enorme, ando há dias a controlar as minhas coisas parvas, a engolir os medos, a fingir que não sei nem sinto a responsabilidade e os afazeres até nem duplicaram. No supermercado, aqueles corredores vazios fizeram o mesmo papel da praça deserta. Tanto ar. Fui a correr, a mão a tapar a boca para poder respirar parvamente. Quando o vi ele estava a pedir o fiambre. Vi muitas pessoas. Desconhecidas. Que iam ficar conhecedoras. Engoli a coisa parva. Outra vez. Isto não é mau, é muito mau, não posso ter coisas parvas no supermercado, as coisas parvas são recorrentes, acontecem nos mesmo lugares, sob as mesmas circunstâncias, a mente é um desalinho que encontrando uma linha condutora., para o bem e para o mal, a segue. É como um rastilho, bum.
E hoje é sábado. Estou triste porque é sábado. Estou triste porque me sinto parva. Ok, vá, eu controlei a coisa parva, não sou assim tão parva, mas sou parva porque as coisas parvas vêm uma vez e outra, uma vez e outra, uma vez e outra.
*Desde que tenho este blogue melhorei alguns aspetos da minha vida, só não sei exatamente o que me levou a melhorar, muito embora gostasse tanto, mas tanto, de saber.
Bom. Vá. Vá lá.
Subo uma ladeira alcatroada em todos os finais de dia. Os passeios são estreitos e vai que o pessoal aparca as viaturas, acabando por lhes ocupar metade da largura, o que me leva a escolher o alcatrão para andar. Geralmente dou-me melhor encostada ao lado esquerdo, no meio não dá e à direita é desconfortável que se farta. Tanta seleção deve-se ao meu pé torto e parvo. Eu tenho um pé torto e parvo. Pois. Devido ao meu caminhar incessante, à má postura, ao correr dos anos, que já não são poucos, não sei, sei lá, talvez a soma de tudo isso, tenho um pé torto e parvo. O esquerdo.
Por um lado, melhorei uns quantos aspetos do meu viver, como referi no início deste post, porque mudar de blogue porporcionou-me poder publicar assuntozinhos como o que apresento no parágrafo anterior. Acontece porém que o motivo para tal proibição, por mim imposta, que não se duvide disso, é a verdadeira razão de eu ter mudado de blogue. Bom, então, estando num blogue diferente, tenho mais liberdade. Em modo sucinto, é isso.
Por outro lado, acabo, sem querer, por aumentar o número de vezes que discurso enquanto gravo vídeos. Isso gerou uma certa descontração, levando-me, sem querer, ah ah, a melhorar a sintonia entre o pensamento e a fala e assim alcançar uma velocidade do caneco. Isso alegra-me e não é pouco. Não sei se se sabe, mas se não se sabe vai passar a saber-se: eu inciei esta coisa todas dos vídeos e quês por conta duma certa ansiedade: a de me considerar inapta ao discurso. Mas qual quê, não é. É. Ora então, como estou feliz porque afinal de contas até sei desenvolver os meus assuntos oralmente, estou melhor dos meus medos e questões parvas.
Sem comentários:
Enviar um comentário