Até parece que venho do post anterior, onde se tratava do número sete e vai daí tenho de seguir a numeração, não é. É. Mas não. Bom, não venho falar de quando tinha oito anos, afinal não era lá muito diferente de quando tinha sete, venho mas é falar da estrada número oito, a qual notei para aí aos dez anos, quando comecei por frequentar o Ciclo Preparatório e para isso tinha que me deslocar de camioneta no percurso casa-escola-casa (Pinheiro de Loures-Loures-Pinheiro de Loures). Algures pelo caminho, no sentido Loures-Pinheiro de Loures, havia uma placa que sempre me encantou, era um retângulo não muito grande, talvez demasiado pequeno para a importância que tinha, isto digo eu, porque anunciava que era a estrada número oito (E8) e que faltavam oitenta quilómetros (80 KM) para Caldas da Rainha. A placa encantava-me porque para já, Caldas da Rainha era um nome interessantíssimo, depois acrescia que não conhecia a cidade e queria muito conhecer, assim como queria muito conhecer lugares de somenos como Póvoa da Galega, À-dos Cãos, Bucelas, Terrugem, Ericeira, Cabeço de Montachique, nomes que eram os destinos das camionetas que eu via todos os dias. Curiosidade infantil, meramente, sim senhores, mas que perdurou. Entretanto conheci todas as terreolas e também a cidade que ficava a oitenta quilómetros de Loures. E o que resta, então? Resta percorrer toda a extensão da estrada número oito, que sei ter o seu início em Lisboa, ali assim à Calçada de Carriche, mas não sei se termina em Caldas da Rainha ou vai até Leiria, ou mais longe ainda. Um dia faço esse percurso. Olarila. Tenho o desejo implementado em mim há trinta e tal anos.
E tenho outro.
Já adulta, isto que vou contar talvez tenha uns quinze a vinte anos de implementado, numa viagem ao Algarve notei que a estrada número dois tem início em Faro e... Termina em Chaves. São setecentos e não sei quantos quilómetros de estrada a ligar as duas cidades, que como se sabe estão em pontos extremos do país. Muitas estradas estão hoje cortadas, sei-o porque um dia fiz uma pesquisa e percebi isso, mas seja lá como for, eh pá, há uma estrada que atravessa Portugal! Se calhar há mais, mas pronto, eh pá, esta tem setecentos e não sei quantos quilómetros! E este país é tão pequeno e consegue ser tão grande! Quanto a esta tão grande extensão já tenho dúvidas de algum dia vir a percorrer, mas nunca se sabe, não é. É. Isso do desconhecido dá cá uma pica, não é. É.
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