O Ginásio que frequento disponibiliza cacifros. Logo, é-me dada uma chave à entrada. Isto bem vistas as coisas, e é mesmo de vista que vou escrever, é claro que as chaves andam de mão em mão e o que anda assim estraga-se rapidamente. Vai daí, algumas chaves já perderam a etiqueta toda gira em medalha de alumínio com o numerozinho gravado a preto. Vai daí, a malta de lá é desenrascada e toca de pôr um papelinho manuscrito com muita fita-cola a agarrar a chave e, obviamente, o papelinho. Mas eis que a tinta de caneta é sensível a isso de andar de mão-em-mão, mesmo quando debaixo de fita-cola. Fitinha protetora, oh céus, façam-lhe lá um santuário. Não façam nada, que é lá isso. E vai que a tinta esborrata o papelinho. E vai que eu tenho dificuldade em ler o numerozinho do cacifro que o destino me destinou. E vai que me sento no banco corrido do balneário para retirar, confortavelmente, os óculos de dentro da mala e assim ver, confortavelmente, o numerozinho do meu destino. Ah ah.
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