quinta-feira, 10 de maio de 2018

Banco número cinco

Na estação há bancos com largura para caberem comodamente cinco pessoas, isto se estiverem simplesmente esperando o comboio. Num desses bancos, quatro pessoas esperavam o comboio, pois, mas aproveitando o tempo para se atualizarem virtualmente via telemóvel. Achei o quadro interessante - não pela modernice/vício/tolice, que a mim pouco importa o que as pessoas fazem com os seus tempo e meios, sejam mas é felizes, pá! - cada um com suas características impressas nos gestos e na postura, quero eu dizer que ainda que estivessem fazendo o mesmo, iguais é que não eram. Entretanto veio de lá uma mulher que, não só se apoiava no telemóvel para passar o tempo, como para se deslocar estação afora com o intuito de se sentar. Olhou para o lugar vago, hesitou se se sentava, só que não, considerando, notei-lhe pelos gestos, ai a porra das vírgulas, que se as quatro pessoas estavam de cotovelos abertos, digitando, deslizando o dedo, assim seria difícil ela encaixar-se confortavelmente. Mais à frente, um homem, em pé, de pescoço esticado, observava atentamente o mapa de Lisboa. Que contraste, não?

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