O gatinho amarelo está maior e não quer, de modo nenhum, separar-se desta que vos escreve – mia se me afasto, ou se o afasto, ó pá tóin xiru! Também ronrona se se entretém a observar-me, agora me lembro. Depois há o entremeio, eh ó Gina, estás a espremer a esfregona?, então lá vou eu! E joga-se. Mesmo. Corre para aqui e para ali, todo maluco, escorregando, por conta do chão molhado. Mas já não escorrega tanto como dantes, as pernas estão maiores e mais fortes, idem para as patinhas. São cor-de-rosa, as almofadas das patinhas, é tão bebé ainda. Pá, depois há umas chatices do caraças, não consigo limpar certas superfícies sem que venha destruir todo o meu empenho, baza daqui, Miau!, ralho eu. Vou chamar-lhe Miau, é cá por coisas, fica mesmo bem. É óbvio que o bicho não baza só porque lho ordenei, o que faço, se o quero mesmo fora dali, é agarrá-lo pela barriguinha, içá-lo e pumba, bazas à força, ai bazas, bazas. Mas não leva a mal ser contrariado, qual quê, põe-se logo numa de roedor, dentinhos de brincar, patinhas de um lado para o outro à procura de apoio. Dou-lhe esse apoio, pousando-o delicadamente no chão. Sim, delicadamente, lá porque tenho um arranhãozinho aqui e outro ali não vou destratá-lo, está longe de ter maldade. No outro dia ouvi um miado diferente e fui ver que tal ia a sua vidinha, que é difícil pra caraças, claro, e era então Dom Miau que estava sofrendo horrores à conta daquela doença que se chama prato-vazio. Ou seja, terminara toda a ração e queria mais. Despejei um bocado no prato, não sem reticências, mas pronto, é que parecia mesmo que o bicho tinha fome. Comeu tudo e mostrou-se-me satisfeito, indo brincar – sei lá com o quê, se calhar com o rolo de película aderente. Também pode ter ido à procura do balde para fingir que vai mergulhar. Ou então foi até à sanita para se equilibrar no bordo. E está um mestre nisto.
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