Se eu soubesse escrever, ah se eu soubesse escrever... Escrevia do desalinho daquela casa e de como é vivaz. Sério, há vida naquele desalinho, uma vida muito própria, com tanta personalidade que jamais conseguirei transcrevê-la. Posso no entanto experimentar.
O móvel grande da sala foi disposto sem mais nenhuma intenção que não fosse a de o querer depositar nalgum lugar onde coubesse. Tipo: olha, isto cabe aqui? Então, vá. Pumba, ficou ali. Um outro móvel, o que apara o televisor, foi colocado de acordo com o sofá, um contra o outro, para se casarem e as pessoas se fazerem amigas do ecrã, para tal acontecer é forçoso que se sentem em frente do dito. Depois há toda uma série de lixo, restos de torradas, de chá, de compota, e pó, muito e muito pó por todas as superfícies. É a vida. Não se vê...? Lê. Não se lê...? Não sei, eu cá não sei, creio que é pouca informação, onde anda a paixão? Às vezes preciso tanto de respostas.
Sem comentários:
Enviar um comentário