quarta-feira, 20 de abril de 2016

A pedra da cruz vermelha

Olhem: acho que a história terminou, a pedra não está no lugar, nem mais abaixo, nem mais acima. Resta-me imaginar que alguém agarrou nela e com carinho a levou consigo. Ou então, quiçá esteja debaixo dalgum carro estacionado em espinha. Há ainda essa esperança e, em caso disso, algum dia que abale o carro que ao momento a cobre, reencontrá-la-ei. A terminar, presumo, mas esperando portanto que termine por ora, deixo poema dum tempo lá longe, que registou uma fase avermelhada, que despoletou a cruz que fiz na pedra.

Imagem de marca

Ela escreve a vermelho
Cenas de sexo e afins
Despudorada
Mulher
Diz que sim
Diz que não
Adianta-te
Deixa-te disso
Gosto de ti assim
Não faças dessa maneira
O pior de tudo
(Escrever)
É a insatisfação

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