terça-feira, 12 de abril de 2016

Elevador

No elevador entraram dois funcionários empurrando um carrinho cheio de coisas que desconheço. Um deles, o menos jovem, atentou demoradamente em mim e eu, meio constrangida, pus-me a observar o conteúdo do carrinho, mesmo desconhecendo totalmente para que serve, é que nem consegui inventar um propósito para o amontoado de plástico. Entretanto o mais jovem, que vinha já falando acerca de algo com ares de pessoa sabida, vendo-se acompanhado de estranhos, eu, continuou o seu discurso um tanto ou quanto entre-cortado, fazendo-me desviar a atenção para ele, que dizia assim:
É como... abrir uma caixa de cereais... e... estarem dois bonecos lá dentro!
Ora bem, não me aguentei e desatei a rir. O menos jovem ria também. O mais jovem acabou por sorrir, enrubescendo. E eu, para desanuviar o embaraço dele:
Isso é poesia...
Concordaram ambos. Acharam-me um piadão, de certezinha, não é. É. Pois acharam, ora essa, riam que eu sei lá quando sairam do elevador. Não acharam nada. Ou seja: acharam piada, sim senhores, mas à situação, é que a postura embaraçada do mais jovem teve montes e montes de piada.

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