Tenho que ir à farmácia aviar uma receita que vai dar cabo das parvoíces todas que tenho na cabeça. Todas. Queixei-me à senhora doutora e agora olha, tenho comprimidos para tomar em éssióésse. Advertiu-me gentilmente que era para tomar em éssióésse, eu que não me ponha a tomar aquilo só porque estou nervosa. Não. É para quando estou
muito muito muito muito muito muito muito muito
nervosa, rebentando, tipo assim quando não largo o pé do sipipú. Portanto estes compimidos são para eliminar aquela minha
mistura dum malvisto não-saber estar no social com um não-querer-estar-e-ser que me apoquenta
Desenvolveria o tema, aliás: já desenvolvi para aí há umas duas ou três semanas, não chegando porém a publicar o texto porque não possuo uma sinceridade daquelas fixes e até engraçadas, pois não, que a mulher é uma besta, portanto: preenche-me uma certa crueza na qual não há nobreza, e isto rima e tudo. Portanto: poesia não a tenho e é principalmente daí que me chega o lamento. Ah, se eu a soubesse escrever... Resta-me a seguinte esperança: a poesia não se escreve, sente-se.
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