Fui à cliente que tem o mesmo sobrenome que a pessoa que deu nome (provavelmente sem saber) à rua onde mora. Levava comigo duas faturinhas a entregar. Somente. Não atendeu, à ida ou à vinda. Nesse intervalo desloquei-me ao escritório do senhor doutor para entregar um recibinho e dei com uma secretária nova. Em carne e osso. Pena é não ter notado se a secretária de metal continuava a mesma, mas isso é caso que pode ser deslindado no futuro. Pois que esta secretária de chicha e alma me notificou que a dona Esmeralda se reformou e que portanto doravante será ela a comandar o que dantes era comandado pela dona Esmeralda. Assim de chofre deu para perceber que é mulher para quarentas e tais e de fácil lidação, inclusive se me apresentou com nome e tudo. Pus-me à procura do recibinho para fazermos as trocas de papelada que dantes eu fazia com a dona Esmeralda. Procurei no caderno azul, e nada. Joguei-me ao caderno adorado enquando murmurava: ah, deve estar no outro. Ela preencheu o espaço de tempo com um sorriso, notei-o por entre o meu procurar de recebinho, e considerei-o sincero, afinal nada mais havia a fazer, e eu preenchi o espaço de som com uma coisinhazinha cá das minhas: ah, é que eu ando com dois cadernos porque tenho a mania que escrevo muito, e ela pôs em prática uma gargalhada que considerei sincera, principalmente porque decerto teria mais que fazer do que ficar especada a ver-me procurar desenfreadamente um recibinho por entre as folhas de dois cadernos que ultimamente têm viajado comigo. E muito.
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