Escrevo, por ora bastante, num caderno, já não o largo. Marió interessa-se:
Escreve em qualquer lugar?
sim
Não importa onde?
tanto me faz
Não tem um lugar que diga 'é aquele'?
tenho
Há o lugar especial, mas como perdi o último, não tenho. Não o! tenho.
Há dois pertences que guardo entre folhas vazias de mim. São os ricos filhos, as representações deles. Como desfazer-me deles, do que me lembram de si, cada um deles?
Ela com aquele jeitinho especial a fazer-me um cartão para dizer às pessoas que visitam o canal que aquele é o meu canal
Ele com aquele jeitinho especial a fazer-me lembrada num ramo de flores
Guardo, dela, o cartão que criou para mim
Guardo, dele, um pedaço de papel filamentar que ornamentava o ramo
Não era deitar fora os pertences, não era isso, era deixá-los no caderno anterior, o adorado, quando acabou, é que já vêm daí.
Agora é o caderno dos golfinhos... ai perdão, não é nada, é o da foca. Tem uma foca branca, presumo que bebé, à frente, tem a mesma foca atrás, acompanhada de um retângulozinho onde cabem:
a designação
o logótipo
a morada
o made in
o código de barras
que começa por quinentos e dois, de maneiras que, fiquem sabendo: o quinhentos e dois é o número da Tailândia.
A Tailândia é uma land que é tail.
Eu acho sempre que a(s) foca(s) são golfinhos, desenho-as logo como tal na minha mente supercoisa. Este vai ser chamado o caderno da(s) foca(s).
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