domingo, 18 de novembro de 2018

De cama virada

Ao cabo de dois anos e meio lá virei a minha cama. Na altura da verdadeira saga que foi remodelar o quarto que era do rico filho e que passaria a ser o meu, meti na cabeça que havia de colocar a cabeceira de encontro à janela, coisa que, não sendo inconveniente, convencional é que não era. Este meu esquema tinha obviamente entraves, por exemplo: o acesso à janela estar bloqueado e o arrefecimento aquando da chegada do Outono. Passei duas estações frias com a cabeceira assim, a primeira, sei lá se pela quentura da novidade, se por as janelas novas e muuuuito estanques que foram aplicadas nessa altura, se por conta da porra da idade contar com menos três, não se notou grande desconforto; a segunda, já antevendo coisas ruins de e frias na minha vida, arranjou-se uma placa isolante, assim um bocado para o mal-amanhada, vá, mas que ficava escondida, portanto: tanto melhor. Resultou bastante bem… até este frio d’ agora. Ui, não dava para aguentar. Bom, virei então a cama, pu-la numa posição banal, o que até lamento. Contudo, tive atenção no seguinte, aqui há anos, muito antes de o rico filho sair cá de casa e portanto num outro quarto desta casa, deu-me na mona passar a cama para o lado oposto, o que significa que, se eu dormia com o lado direito encostado ao lado esquerdo do meu par, quando aí, ficámos ao contrário. Lembro-me do desconforto parvo que aquilo foi. É que parece uma caganeirice de nada mas faz uma porra de uma diferença, ai faz, faz. Eu, por alturas dessa mudança, nem dormia, de maneiras que não quis repetir-me parvamente, e aliás, mudou-se a cama para o lugar de sempre e acabou logo ali a conversa. Então, desta vez, contrariamente ao 'bonito', pus a cabeceira de modo a que se vê logo que entramos em casa. Não é bonito, não. Tenho vontade de mudar, ainda que isso implique voltar a dormir com o lado esquerdo encostado ao lado direito do meu par, o que, sendo assim, significará (eventualmente, claro) que afinal até nem vou dormir. 

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