Dona Arminda apresentou um discurso com duas nuances, a despachada e a queixosa.
A primeira foi que enterrou a irmã ontesdontem, coitadinha estava num Lar e já tinha mais de noventa anos.
A segunda foi que a seguir ia ao médico, para ele ver a crosca da cabeça, que não havia meio de lhe cair.
Netes afora, dou por vezes com desafios disto e daquilo e no outro dia vi um que constava de estar precisamente trinta dias sem nos queixarmos. Hum, ok, vá, muitas vezes a gente queixa-se sem necessidade, conseguindo apenas ficar tristes e sós - mais tristes e sós, quero eu dizer. Mas pronto, eu cá gosto de deixar as pessoas serem coisas, porque o que é preciso é não pedirmos para ser coisas – eh! pá! porra! deixem-me! ser! pessoa! -, creio convictamente que o desabafo pode ser salutar e até terapêutico, mas por vezes exageramos e blás, já se percebeu. Ora bem... Encontrar aquele desafio fez-me lembrar dos anos que passei sem me queixar, fazendo o supostamente bom e bem. Só por dizer que deu merda. Pois.
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