No nepalês da frutaria comprei um grande nabo (quatrocentos e oitenta e cinco graminhas) e horas depois deu-se a casualidade de ler um artigo que em parte diz que um dos procedimentos para plantar nabos é tirar-lhes a rama porque as folhas já crescidas coíbem o aparecimento das novas. Que giro, tímidas, as folhinhas. Não sei se já havia reparado que as folhinhas podem ser tímidas, mas, seja lá como for, neste preciso momento está a parecer-me uma completa novidade, um caso bonito e nada perdido, logo que se corte as folhas encorpadas. Enfim, os mortos dão lugar aos vivos, os velhos aos novos, os vistos aos escondidos e afora. E, pois está claro, não havendo humanos mas havendo nabos, coelhos bravos tratariam então deste procedimento. Sim, sim. É que, notem bem: a Terra vive sem os humanos, já o contrário, pois que não se verifica.
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