O meu primeiro ofício foi costureira, que abandonei ao cabo de uma década para me pôr atrás do balcão do velho estaminé. O gosto pelos trapos perdurou ainda uns bons anos e fui tratando de costurar algumas roupas, tanto para mim como para a rica filha. Entretanto, por coisas e coisinhas, fui desgostando de comprar tecidos, escolher modelos e aprontar toda a sorte de peças de roupa, a empolgação era nenhuma, e, mesmo forçando a questão, e garanto que a forcei e me esforcei, acabei por desistir. De todo. Redundância. 'Desistir de todo é redundância.» Contudo - ou com tudo, sei lá - tem vindo a apetecer-me costurar e há dias visitei a caixa onde guardo cortes de tecidos e outros tesouros têxteis, acabando por relembrar um dos cortes que comprei vai para meia dúzia de anos e do qual gosto ainda bastante. Se for na minha própria conversa e fizer o que conversei comigo, daí sairá algo que usarei com vontade. Entretanto devo dizer que estou tão envolvida no regresso às trapadas que o corte de tecido já repousa na própria bancada da máquina de costura, aguardando calmamente que esta que vos escreve, alfim, se decida. Falta só dizer-vos que em tempos idos o costume de costurar era tão intenso, feliz e presente na minha vida versus blogue que 'trapadas' foi inclusivamente o nome que dei à etiqueta onde, no blogue, registava o que faria com este corte de tecido ou com aquele.
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