segunda-feira, 4 de abril de 2016

Água

Em plena travessia da praça, eu cheia de medo do chapéu-de-chuva e do ar todo que por ali há, quando, para me distrair e fazer acompanhar de mim própria, me ponho a fingir que falava com alguém: 'olha, sabes que mais, eu dantes conhecia as poças todas deste lugar enorme e arejado, sério, nem precisava olhar muito, sabia exatamente onde curvar e onde saltar quando já nem as curvas me livravam de molhar os pés'. Olhei para o lado, para me distrair mais ainda, ah... banco hater, 'migo fofo e queriduxo, hoje não me sento aí. Agora era eu a falar com o banco, conforme se pôde perceber quando disse 'ah... banco hater' e tal e tal. Mas dizia eu, quando me distraí a olhar para o banco mergulhei o pé numa poça um bocado profunda. Estes sapatos são muito bons, muito bons mesmo, que não me chegou a entrar água cá dentro.

2 comentários:

  1. Gina, comecei nas cores, passei pelo vídeo das amêndoas, parei no "a caminho", deliciei-me com o contar das lâmpadas e perdi-me nas muitos pequenos e deliciosos apontamentos de um dia a dia.
    Continua com a mesma magia e com esse salutar ironia das pequenas coisas.
    Beijinho de muita amizade.

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  2. Agradecida, Manuel. Gostei bastante de saber que viu os meus vídeos. Mando beijinhos também com amizade, pois é verdade que gosto de si.

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