segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cliente

Um cliente esquecer a chave da sua casa no estaminé é esquisito. É que, ademais, olha as vírgulas, tão fofas, acompanhando o discurso, a gente sabe exatamente onde ele mora. Sério, o meu colega andou lá a mudar umas coisas, a montar umas coisas, a arranjar umas coisas. E a chave do homem está aqui, esquecida. E agora a malta pergunta: ó Gina, em certos momentos da minha vida, uma vírgula é um deleite, então não tens o contacto telefónico do homem? E eu respondo: ó malta, não, só tenho a morada e na morada não há telefone nenhum e não há lá ninguém, nem a horas nem a desoras. Outra pessoa, nesta situação, ah... mais um pico extático, por conta das vírgulas, faria o quê? Assalto sem a mão armada? Até os pontos de interrogação estão a ser balsâmicos, agora, não só as vírgulas. O que é que isto quer dizer? Vá! Ponto de exclamação não se usa, mulher, é lamechice. Está certo ou está errado... pués quê nó ló sé.

4 comentários:

  1. Não, Manel, não dá, vai ficar lá tempos infinitos e isso tem o seu perigo, não se sabe do homem. Mesmo.

    ResponderEliminar
  2. Gina, o homem vai voltar.

    (conheço uma psicóloga que interpretaria isso como sendo uma des-vontade do homem de voltar para casa...)

    (o teu blogue tem um problema: sair dele é d i f í c i l)

    ResponderEliminar
  3. (espero que sim, que ter a chave dalguém é, no mínimo, estranho)


    (obrigada)

    ResponderEliminar