O senhor que copia números de telefone da página de anúncios dum jornal, e que o faz decididamente (já o notei há semanas, ainda não tinha era tido vontade de o registar no blogue) e, julgo eu, compulsivamente, hoje cabeceia, aparentemente tem tudo escrito e deu-lhe o sono. Julgo, também, que já tenha aberto o pacote de lenços...
O senhor que lê o jornal (este sim, já cá para há tempo), a crer pela posição hirta, terminou a leitura e está imóvel, para ali sentado, esperando o clique que diz: 'vá, levanta-te e anda' (saiu-me a expressão bíblica espontaneamente, que não se ofendam os religiosos, por favor).
Ai não, espera lá, o senhor dos lenços sacou do pacote, retirou todos os lenços e está a desdobrá-los apressadamente, um a um, empilhando-os. Agora limpa a boca, levanta-se e deposita o molho no lixo, volta à mesa, pega na pasta, que olho demoradamente a ver se contém grande armazenamento de pacotes, mas não parece nada, vai ter com a menina e estende uma moeda de um euro, recebe o troco e sai.
Também eu aparento o ridículo naquele lugar, escrevendo freneticamente em papelinhos parvos. E ridículos. Às cores.
Já no estaminé, eis que:
Devo guardar o documento antes de rasgar os papelinhos?
Sim ou não?
Se não, acabou a conversa.
Se sim, digo porquê:
Pode acontecer eu clicar no 'rejeitar' ao invés de no 'guardar' e, vai daí, tenho os papelinhos destruídos, détse uai. Au eva, como gosto disto, toca de escrever de novo, mas de cabeça.
Ainda no estaminé, eis que:
Abaixo é uma foto com pacotes de açúcar pintados com as canetas herdadas da rica filha, cada um sua cor. Au eva, um está virgem. Trago-os intactos do lugar (que também pode ser) da musa, porque, como se sabe, não coloco açúcar no café, au eva, uso o açúcar desses pacotes em doces maravilhosamente confecionados por esta que escreve.
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