O telemóvel da pessoa que tem a mão que embala a cadeirinha está a tocar. Baixinho. Não sei se devo incomodá-los. Todos. Os três. Olhe, o seu telemóvel está a tocar. Incomodo a mãe, o bebé e a pessoa do lado de lá da linha. Mas, se sim, dos três, qual interceptar?
O bebé já dorme, porém, inquieto. É favor não incomodar, é o que os seus sobressaltos me dizem. É incrível como as situações me dizem mais coisas do que as pessoas.
Há um penteado africano a ser feito. Olha, ó Gina, isto é um penteado, diz-me a situação que observo.
Uma cliente chega três minutos atrasada para a manicure. Desculpa-se. A manicura alivia a cliente, diz que três minutos não é nada, enquanto se afasta para guardar qualquer coisa lá dentro, numa salinha de arrumos, escondida, antes de se dedicar totalmente à cliente. Não esconde, porém, o bambolear das ancas ou o que diz. E esta é mais uma situação que me diz uma situação.
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