Quando acontece vir de casa com a parte de cima em cor preta, é certo que quando chego ao estaminé fico toda vestida de preto, uma vez que a parte de baixo é quase sempre em cor preta. Em dias assim é comum virem de lá as perguntinhas: está de luto? morreu-lhe o periquito?, sendo a segunda um desanuviar da possível resposta afirmativa à primeira. Contudo, da última vez em que esta mesmíssima cor me aconteceu em todo o corpo, trazia por baixo da camisola preta, uma vermelha, sendo portanto visível pequenos frisos ao redor do pescoço e dos punhos, que, embora vivos, creio poderem escapar ao comum olhar das gentes. Não estou enlutada, que felicidade, pensava eu. É que nem o lencinho de assoar pressagiava o estado, que, vermelho, também o era.
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