sexta-feira, 12 de junho de 2020

Diário das expressões

Loures, 26 de abril de 2020
Ah, septuagenárias, essas amigas do peito. Mal sabiam elas que eu as escrevia. Se bem me lembro, havia uma, a da novela, que me observava o rabiscar com um olhar tão curioso quanto surpreendido.

Loures, 28 de abril de 2020

Loures, (… ?!)

Lisboa, 1 de Junho de 2020
Em 28 de Abril aconteceu que já não escrevi nada para além do cabeçalho, e é até uma data anterior a me ter dado na mona voltar a dar uma importância maior aos meses, alindando-os com maiúscula. Num dia a seguir, não registei qual, também não adiantei nada, e hoje, ironicamente o Dia Mundial da Criança, venho falar-vos das septuagenárias.
As pessoas estão mais marcadas consoante a idade, o que facilita os tolos juízos que faço após (rápida ou moderada, tanto faz) observação. Por isso me foi tão fácil e prazeroso 'inventar' questões acerca destas quatro senhoras e expô-las no blogue como me aprouve no momento.
Para as distinguir cognominei-as de
a septuagenária da camisola
a septuagenária da novela
a septuagenária da cicatriz
Sim, elas eram quatro, mas uma nem sempre estava presente lá no lugar da musa, portanto não a escrevi vezes o suficiente para a recordar. Vamos então a estas três.
A septuagenária da camisola nasceu-lhe este nome por conta de repetir demasiado a sua indumentária. A camisola era portanto a mesma em vezes bastas – branca com risquinha vertical.
Sabem quem é que eu vi no meio da rua?
(decerto não)
A septuagenária da camisola!
Aquela que no verão anda sempre com a mesma... camisola!
Essa mesma, (um)a (das) que estava(m) sempre no lugar (que também pode ser) da musa!
E ela na rua!
À chuva!
De cenho franzido p'lo desconforto.
ponto final
|28 Novembro 2017|
~
Guardasse eu a cognominação das septuagenárias para este ano e a da camisola seria decerto a da camisola, que continua a fazer sentido, hoje lá estava a bendita camisola com riscas verticais, tal como no ano passado, oh se estava.
|1 Junho 2017|

A septuagenária da novela era a mais carismática...

Lisboa, 8 de Junho de 2020
Continuo hoje:
A septuagenária da novela era a mais carismática, falava e gesticulava sem medo de ser notada. Chamei-lhe a da novela porque um dia, logo ao início destas minhas observâncias, ela contou alguns pormenores de uma novela que estava a seguir.
Vá, vamos lá interromper a leitura. Segurei a chávena de café com a mão esquerda e fui bebendo. A dada altura, a altura, rá-á!, do café baixa e a chávena vai ficando tingida da espuma do café. Dá-me uma vontade louca, rá-á!, de acabar com a espuma rodando a chávena e usando o café que resta. Mas a mão esquerda é lerda e desajeitada, rá-á! Pouso a caneta e seguro a chávena ou como é que é? Ná... rá-á!
Vá, vamos lá interromper a leitura. A septuagenária da cicatriz está sozinha à mesa. Pensei fazer-lhe companhia. Não pensei nada. Quero dizer: pensar, pensar, pensei, mas a perguntar-me como seria se lhe oferecesse a minha companhia e a concluir que a esmola sendo muita... E vai que chega a septuagenária da novela. Cheia de bons modos, pede à menina: tira-me a minha biquinha, faxavor? escaldadinha!
Nota: o livro do momento é 'Romance de Cordélia', Rosa Lobato de Faria
|15 Dezembro 2016|
~
Antes de visitar o lugar (que também pode ser) da musa no dia de hoje, quero dizer que já sei onde mora a septuagenária da novela, é que ontem vi-a sair do prédio tal, às tantas horas, vinha eu já de regresso. Ó pá, qualquer dia vou visitá-la a casa! Ó pá vai ser tóin xiru!
|24 Novembro 2016|
A septuagenária da cicatriz, aconteci-lhe este nome porque uma das primeiras vezes em que eu atentava no grupo ela pôs-se a mostrar uma cicatriz (creio que de uma intervenção cirúrgica recente) às amigas.
Perdida também no escrever? Mau... ó mulher, então que é lá isso?! Pois que não sei.
Boa tarde, a senhora que se entretém com o tablet à septuagenária da cicatriz.
Boa tarde, a septuagenária da cicatriz à senhora que se entretém com o tablet.
'Como está?' e 'Bem, obrigada, e a senhora?' foram também expressões usadas por ambas.
|11 Janeiro 2017|
~
Ó Gina, diz lá quantas septuagenárias se encontravam hoje no lugar (que também pode ser) da musa.
Duas.
Continuo sem saber quais é que estavam neste dia ou naquele, mas calhando quererem muito conhecer toda esta envolvência, eu amanhã tomo conta do recado, é pedir, que eu. Hoje estavam então duas septuagenárias à mesa, uma: a mais carismática, a que vê novelas, duas: a que tem cara de atriz principal dos filmes portugueses dos anos sessenta. Esta última despiu-se para mostrar a cicatriz à amiga, só daí já se presume que não se encontrava à mesa nos dois últimos dias. Hum, estou para aqui a pensar, esta vou mas é chamá-la de septuagenária da cicatriz. É isso, vá, e vao duas:
a septuagenária da novela
a septuagenária da cicatriz
|9 Novembro 2016|

Loures, 12 de Junho de 2020
Já agora fica um texto antigo onde me adentro na quarta septuagenária. Ao que parece, já nessa altura, oh vejam lá, não sabia se ela existiria ou então não.
Hoje eram três, iei! E agora eu sei lá se a outra era a quarta. Mas será que elas eram mesmo quatro aquando do verão?! Será...?. Hum, não sei, mas, seja lá como for, venho dizer que a terceira, que a bem dizer é a quarta, mas não estando eu segura de o ser, vou cognominá-la de desconhecida, portanto: a septuagenária desconhecida... Ah não, esperam lá, septuagenária do desconhecido, assim é que é, para ficar com um do, já que todas as outras têm um da.
Portanto, e recapitulando, hoje estavam presentes três septuagenárias: a da camisola, a da novela, a do desconhecido. Faltava a da cicatriz, cá pra mim tinha ido mudar o penso.
Tanto apontei, tanto apontei que trouxe zero folhinhazinhas limpas do lugar (que também poder ser) da musa.
|15 Novembro 2016|


Este post é continuação daqui.

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