Ao lado direito o caderno e a caneta, expectantes, obviamente, adoramo-nos uns aos outros.
Ao lado esquerdo o telefone, por ora ausente porque estou a usá-lo para digitar este post.
Ao cimo a caixa de óculos, aberta, a postos para receber os óculos quando, lá está, terminar de digitar este post.
Ao baixo a bolsa onde guardo o carregador do telefone e a pen.
É uma casa cheia, esta minha vida de escrevente.
Ah, há, ainda, as calças de andar por casa, lenços de papel e o rádio, que emite canções modernas e, por entre, uma locutora discursa vivamente, diz-se feliz por se ver regressada de férias.
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
Exagerei no tempo de exposição solar.
É pó ar que escrevo. Pó ar. É pó, é.
Medidor de estados o blogue seria para quem o lesse, não fosse eu de fugir, na enga de não os mostrar.
nunca vou deixar de ser estranha
se eu pensar que sou estranha concluo que nunca vou deixar de ser estranha e o melhor é nem ser esse o foco
Parecenças nas feições é uma espécie de identidade.
Quando era criança lamentava não ser parecida com a minha mãe ou com o meu pai. Em tempo de maiores dúvidas a minha mãe descansava-me: logo que nascera, não saíra nem por um momento de ao pé dela. Actualmente sou, mesmo que um pouco só, parecida com a minha mãe, quando ela era da idade que tenho. É assim mais no todo do que em pormenores, como a boca ou os olhos – é mais ver-me ao espelho e, de repente, vejo a minha mãe. Aquando das conversas supracitadas acerca deste distanciamento facial – chamo-lhe assim -, ela por vezes acrescentava, para me descansar mais ainda, que eu fora buscar as feições dos familiares do meu avô paterno, os quais nunca conheci.
Dias de um Ginásio
Do hilariante no seu oposto é, por exemplo, uma aula de Yoga começar com uma das posições mais desconfortáveis que conheço:
Sentada no colchão, pernas dobradas ao máximo, tipo ali assim ao nível da tortura, um dos pés em cima da coxa contrária e o outro debaixo da perna contrária.
É um cruzado de pernas, vá, mas em custoso, pois, como se sabe, um pé que esteja em cima da coxa fará pressão em cima do pé que está debaixo da perna. Pá, custa, e não é pouco, mas o hilariante no seu oposto é que a professora chamou-lhe a 'posição sentado fácil'. Pude rir-me à vontade, parvamente, descaradamente e sem consequência alguma porque era uma aula online - 'OWZ, online With Zoom', como comecei por chamar a estas aulas, quando em tempos de quarentena.
Lixo(s)
Afinal não ficou no local das férias, a caneta de tampa verde, decidi-me a pô-la no contentor dos plásticos, quer-me cá parecer que aquilo é material desse. E pronto, és mesmo especial, ó caneta de tampa verde, olha que não há muitas coisas a que dê tanta visibilidade, se bem que dou, ai dou, visibilidade a muitas coisas. E também a pessoas, mas a par, não menos, não mais.
Sem nada a ver - mas já agora e porque não? ora essa -, encontrei o contentor amarelo deitado ao chão por conta dos velozes ventos dos últimos dias, e logo caído de boca para baixo, impedindo a entrada aos materiais recicláveis, o que fez com que a (re)dita caneta fosse jogada no contentor cinzento.
Outra coisinhazinha: o malão que percorreu quase tanto mundo quanto eu também está no lixo e os motivos não são óbvios porque aquilo ainda ia dando. Podia agora inventar-me de pessoa minimalista mas mentiria conscientemente e isso aborrece-me.
Ulha! À conta do lixo lembrei-me de outra coisinhazinha! Há anos que não entrava um bebé cá em casa, o que aconteceu há umas horas. Essa visita especial fez com que
ponto número um
descobri que há chuchas reflectoras, aceleram a questão de as encontrar no escuro, é essa a maior vontade de qualquer progenitor/cuidador que acorde com o choro de um bebé
ponto número dois
descobri que há vídeos no Youtube que reproduzem sons uterinos, acalmam os bebés porque os transportam para a vida pré-natal, o mais engraçado é que o som é um horror, parece mais um aspirador desafinado do que outra coisa, mas a verdade é que vi que o bebé acalmou o seu choro sonolento em segundos
ponto número três
descobri três fraldas usadas no lixo... pá, pronto, eu disse que tinha que ver com lixo
Sonho
Sonhei que ensinava ao homem do blogue como editar um vídeo dos dele e não dos meus. Homessa, desconhecerá o homem do blogue como lidar com um editor de vídeos? Que despautério.
post com título
así, así es que me gusta, ya tú sabes
café molido de tueste natural 50% y torrefacto 50%
1ª entrada: canção da JLo; 2ª entrada: pacote de café
café molido de tueste natural 50% y torrefacto 50%
1ª entrada: canção da JLo; 2ª entrada: pacote de café
domingo, 30 de agosto de 2020
O socorro do acaso
O fósforo que usei para acender o bico do fogão que cozeria as panquecas, caiu, quente, no lixo, não fazendo estragos porque aterrou em cima de uma metade de laranja espremida.
Mapa de França
Bom dia abacateiro. Ainda não tinha olhado para ti. É que nem lembrado, quanto mais. Menos parecido com o mapa de França, o teu cimo. Muito menos. Nada, aliás. Não fora a história que fiz de ti e nem a ideia da parecença nos restaria.
sábado, 29 de agosto de 2020
Ó Gina tu leste?
Não.
Mas olhem que levei o livro - As Cidades Invisíveis, Italo Calvino.
Agora séria, vá:
Durante a estadia fora, em alguns momentos lembrei-me do livro e até, oh vejam lá, se ler. Não me apeteceu. Ocorre também - e isto não é desculpar-me parvamente - que afinal eu estava de férias e um dos princípios de quem as goza é fazer o que está nos apetites.
De tamanhinho
O pequenino pacote de sal fino diz ➡️ solo para ti, o que o faz ser para mi.
O bem maior (mas nem por isso grande) pacote de gnocchi diz ➡️ l'immagine ha solo scopo di presentare il prodotto.
Não há
A nespereira aqui da frente está no lixo. Foram os homens das obras que a cortaram, presumo, uma vez que andam de roda das paredes do prédio onde se encostava a nespereira. Deram vários lanches, as nêsperas, principalmente durante a quarentena. A gente ia passear o cão, um dos passeios permitidos, por assim dizer, e, vindos, era colher as que pareciam bem e fazê-las de lanche. É caso para dizer que para o ano não há mais.
Falta
De manhãzinha senti falta da cacofonia dos espanhóis e das águas que há na terra deles. Em vez disso tive, por exemplo, os sons das patinhas da minha cadela e o das máquinas de lavar.
Das águas (das quais me apossei há dias, chamando-lhe Mar Gina) não cheguei a contar-vos que, num dia ou noutro, houve peixinhos e peixinhozinhos. Aos peixinhos chamei peixões. Isto porque, como é consabido, a água é uma lupa das que avoluma consideravelmente. Na água da piscina havia golfinhos. A piscina é toda uma outra esfera, e isso também é consabido.
Desta vez não fui tão valente.
Ida
Loures ➡ Castro Verde ➖ 222 quilómetros
A-375 km 40 ➡ Ronda* ➖ 86 quilómetros
Vinda
Corvos ➡ E265 km 68** ➖ 37 quilómetros
o título é uma comparação com base no ano passado
*lugar da foto, já anteriormente publicada)
**por irresistir ao 68, tirei uma foto
Loures ➡ Castro Verde ➖ 222 quilómetros
A-375 km 40 ➡ Ronda* ➖ 86 quilómetros
Vinda
Corvos ➡ E265 km 68** ➖ 37 quilómetros
o título é uma comparação com base no ano passado
*lugar da foto, já anteriormente publicada)
**por irresistir ao 68, tirei uma foto
Maiúsculas
Por Uma (vez!)
Logo Hoje (porra!)
A Jacto (vou!)
Roda Livre (és!)
Itinerário Principal (pois!)
Costume Utilitário (ah!)
H(agá com) Mulher Grande
Gina (e)Xtra Large
Leve Gota (de) Ho2
Hoje (a) Ver Vamos
Hospital Com Médicos
Já Tá Tudo (bem)
Boa Mistura Nunca
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Boa Mistura Nunca
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
28 Agosto 2020
Estoy de salida. São agora sete e picos e o pequeno-almoço está a ser tomado por entre esta escrita e o post de la mascarilla. A azáfama é a do costume, emalar e ensacar tudo!, não esquecer nada!, arrumar e limpar o alojamento no que me é devido.
9:35
Em Algodonales um número de porta 50 está no entremeio do 54 e do 58. Coisas da construção ao calhas, decerto. É engraçado (reparei entretanto) que esta seja a Avenida de la Constitución.
Mas que olho que eu tenho para bolos, pá! Escolhi uns de amêndoa com topo de merengue amendoado.
Maravilhosos.
Chucena, 11:28
Paragem porque sim. Porque sim, é preciso mexer as pernas. Porque sim, é preciso ver melhor o caminho, ou lá que é.
Há pouco, junto à entrada em Sevilha, notei novamente as placas que informam em quantos quilómetros vai a estrada. São rectangulares, verdes, divididas por dois, cujos bordos e divisória são brancos. Na parte de cima vê-se os metros em centenas mas só aparece o primeiro número, na de baixo vêm os quilómetros ao zero, sem mais, sem vírgulas. E particularmente interessante quando os metros coincidem com os quilómetros. Neste caso, como o quilómetro era um do princípio, o 7, ficou tipo assim:
7
7
Agora imaginem os 7s envoltos no verde e branco - como descrevi - e a vida sorrirá, como naquele anúncio de gelados.
12:51, sei lá eu onde estou. Estou ao rés de Portugal, pronto. No preciso ponto desta foto:
Lá atrás, na A-490, mais ou menos ao quilómetro 13, uma árvore alta, de ramos finos e ramagem rala, mexia-se ao vento, e não era pouco, contrastando pra caraças com outra, menos alta e mais densa, e, quiçá precisamente por não se mexer, veio o contraste. Fiquei a imaginar filmar a cena em slow motion, ou então em time laps, ou em ambos e misturar tudo. Um must do, parece-me. However, it will be difficult, I think.
21:37
Estou em casa. Na minha cozinha está um quilo de sal que fala espanhol através da embalagem e quero tambem dizer que o pêssego que trouxe comigo não era bom, notei-o esponjoso, insípido e até inodoro. Homessa, um pêssego que viaje tanto, algum perfume havia de conseguir exalar. Mas não. Quero muito comer sopa mas tenho que esperar umas quantas horas até que. Para aí umas vinte.
9:35
Em Algodonales um número de porta 50 está no entremeio do 54 e do 58. Coisas da construção ao calhas, decerto. É engraçado (reparei entretanto) que esta seja a Avenida de la Constitución.
Mas que olho que eu tenho para bolos, pá! Escolhi uns de amêndoa com topo de merengue amendoado.
Maravilhosos.
Chucena, 11:28
Paragem porque sim. Porque sim, é preciso mexer as pernas. Porque sim, é preciso ver melhor o caminho, ou lá que é.
Há pouco, junto à entrada em Sevilha, notei novamente as placas que informam em quantos quilómetros vai a estrada. São rectangulares, verdes, divididas por dois, cujos bordos e divisória são brancos. Na parte de cima vê-se os metros em centenas mas só aparece o primeiro número, na de baixo vêm os quilómetros ao zero, sem mais, sem vírgulas. E particularmente interessante quando os metros coincidem com os quilómetros. Neste caso, como o quilómetro era um do princípio, o 7, ficou tipo assim:
7
7
Agora imaginem os 7s envoltos no verde e branco - como descrevi - e a vida sorrirá, como naquele anúncio de gelados.
12:51, sei lá eu onde estou. Estou ao rés de Portugal, pronto. No preciso ponto desta foto:
Lá atrás, na A-490, mais ou menos ao quilómetro 13, uma árvore alta, de ramos finos e ramagem rala, mexia-se ao vento, e não era pouco, contrastando pra caraças com outra, menos alta e mais densa, e, quiçá precisamente por não se mexer, veio o contraste. Fiquei a imaginar filmar a cena em slow motion, ou então em time laps, ou em ambos e misturar tudo. Um must do, parece-me. However, it will be difficult, I think.
21:37
Estou em casa. Na minha cozinha está um quilo de sal que fala espanhol através da embalagem e quero tambem dizer que o pêssego que trouxe comigo não era bom, notei-o esponjoso, insípido e até inodoro. Homessa, um pêssego que viaje tanto, algum perfume havia de conseguir exalar. Mas não. Quero muito comer sopa mas tenho que esperar umas quantas horas até que. Para aí umas vinte.
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
Desconfinadas
Na praia, uma mulher que envergava apenas a parte de baixo do biquini, durante o seu discurso proferiu por três vezes a palavra 'confinamiento'. Ri-me sem freio porque achei deveras hilariante que tivesse as mamas desconfinadas.
Pevides
Um homem comia pevides, que antes descascara, fazendo aquele barulhinho mai lindo ➖ clicli! Incrível como o marulhar não abafa esse barulhinho.
Divisão
A praia divide-se em três grupos de pessoas ↩️
Os betinhos
Os riquinhos
Os familiares
Os betinhos junto à cerca do hotel, que fica ao rés do mar. Os riquinhos na praia da ponta, portanto: no extremo, junto à praia das camas de dossel com lençóis brancos. Os familiares no entremeio, a caminho de tudo, neste caso.
Os betinhos
Os riquinhos
Os familiares
Os betinhos junto à cerca do hotel, que fica ao rés do mar. Os riquinhos na praia da ponta, portanto: no extremo, junto à praia das camas de dossel com lençóis brancos. Os familiares no entremeio, a caminho de tudo, neste caso.
Sonho
Sonhei que o senhor doutor, de bisturi em riste, me cortava na curva onde se juntam pés e pernas, isto na frente. Cortes feitos, enfiou os dedos e remexeu, dizendo que estava a pôr as veias no lugar. Pena é ser sonho, na vida real bem preciso.
latim
nevoeiro 🌫 no mar 🌊 e na terra 🌏
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
Casaco grossinho
➖ gruas 🏗 🏗 ➖ ➖ árvores 🌳🌴🌲➖ ➖ mar 🌊 ➖
Prontidão. Oh.
É difícil fazer coisas, ok, vá, é a vida, mal seria tudo fácil e de prontidão se apresentar, mas olhem que, para mim, pá, só vos digo, promover, seja lá o que for, é o horror. O! horror.
🏖️👣☕🌈🐦
👆 👆 ➖ usei
Mas...❔
É férias❕
Homessa, se é férias, então que é lá isto❔❕
👇 👇 ➖ não usei
🌼🌿🍈🥕🍞🥚🍰🥂🔪👙🎼
🏖️👣☕🌈🐦
👆 👆 ➖ usei
Mas...❔
É férias❕
Homessa, se é férias, então que é lá isto❔❕
👇 👇 ➖ não usei
🌼🌿🍈🥕🍞🥚🍰🥂🔪👙🎼
terça-feira, 25 de agosto de 2020
Diferença
O Luís encontrou um ouriço do mar enleado em fios, de pesca e de outros, e intentou o desenlaear do bicho, que jamais reconhecerá o salvamento como meio para a libertação. Enfim, uns são bicharada, outros são gente.
Línguas
Estava a dar um filme americano, dobrado em espanhol. É giro ouvir esta língua saída da TV e não ser La Casa de Papel com suas cenas mirabolantes e personagens com características excepcionais. Afinal é só uma cena com um homem e uma mulher, esta muito mais velha que aquele, discutem um assunto e a tensão cresce. Talvez numa de calá-lo, ela beija-o na boca. Método eficaz, este, porém, não duradouro, a discussão foi retomada.
Rol dos esquecidos
Esqueci-me de várias coisas, que listo:
Desodorizante
Gel de banho
Escovas de dentes
Filtros para café
É óbvio que quando dei por falta destes itens me abasteci na mercearia perto de mim.
Entretanto deixo registado que trouxe roupa para acabar de secar e depilação para fazer. A roupa secou logo. Pois.
Desodorizante
Gel de banho
Escovas de dentes
Filtros para café
É óbvio que quando dei por falta destes itens me abasteci na mercearia perto de mim.
Entretanto deixo registado que trouxe roupa para acabar de secar e depilação para fazer. A roupa secou logo. Pois.
Pequeno-almoço
O pão alentejano ainda dura
E há café ☕
A praia 🏖 é já ali
A piscina 🏊♂️ aqui em baixo
E há café ☕
A praia 🏖 é já ali
A piscina 🏊♂️ aqui em baixo
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
Jantar
Nunca desejei tanto que chegassem as entradas. É que é essa chegada que dá ordem de marcha para a remoção da máscara.
Comi sopa de picadillo - pollo, pan, huevo, arroz, jambon e hierba buena. Era uma canja enriquecida, vá. Hierba buena é que, caraças, não vinha a boiar como o resto, qual hortelã, qual quê. E uma porra é que aquilo era jambon.
Em certa altura, o som ambiente foi Move Closer, Phyllis Nelson -
Hey baby, you go your way
And Ill go mine
But in the meantime...
When we're together, touchin' each other
And our bodies do what we feel
Comi sopa de picadillo - pollo, pan, huevo, arroz, jambon e hierba buena. Era uma canja enriquecida, vá. Hierba buena é que, caraças, não vinha a boiar como o resto, qual hortelã, qual quê. E uma porra é que aquilo era jambon.
Em certa altura, o som ambiente foi Move Closer, Phyllis Nelson -
Hey baby, you go your way
And Ill go mine
But in the meantime...
When we're together, touchin' each other
And our bodies do what we feel
Hoje é segunda-feira.
É segunda-feira e chegam sons de trabalho, tipo o corte de rectificadoras, ou outras freses, e marteladas. A rectificadora, ouvi-a quando estava imersa no Mediterrâneo, oh vejam lá, o que é deveras irónico, já que sou ferrageira. Claro que, por junto, chegam risos e mergulhos de chapa ou motores de barquinhos, o que me transporta para a realidade, vá, e é outrossim deveras irónico.
Hoje é dia vinte e quatro de Agosto.
Há dias (duma grafómana, ah ah) bonitos no nome, vinte e quatro de Agosto é um deles. Sei lá, é bonito no nome como é bonito um qualquer nome que eu ache bonito. Gosto também do um de Fevereiro e do dezasseis de Março. E ainda do onze de Janeiro. Só por dizer que estes todos têm um motivo para eu os notar - não é que sejam propriamente bonitos, mas vá - e o dia de hoje, pois que não, é bonito porque sim.
Pinheirinhos
Vi uma fileira de pinheirinhos que mais pareciam bolas de pêlo com um troncozinho cada um. É uma imagem fofinha, mesmo que as folhinhas já piquem e prometam crescer e picar mais. Lembrei-me até do Miau, o gatinho amarelo - na fofura e na promessa de crescer. (isto foi na viagem para cá e tenho-me esquecido de fazer este registo)
Deixo foto a contrastar com os pequerruchos, que este pinheiro é enorme e dista uma data de quilómetros dos pinheirinhos. Estes, quisesse eu revê-los e não saberia onde me dirigir, mas este sei que vive na serra de Ronda e, queira eu revê-lo, busco no precioso Mr. Google o preciso ponto do clique.
Deixo foto a contrastar com os pequerruchos, que este pinheiro é enorme e dista uma data de quilómetros dos pinheirinhos. Estes, quisesse eu revê-los e não saberia onde me dirigir, mas este sei que vive na serra de Ronda e, queira eu revê-lo, busco no precioso Mr. Google o preciso ponto do clique.
domingo, 23 de agosto de 2020
Jantar
Ao cabo de muitos anos jantei no restaurante do alojamento, que fica ao rés da piscina. Em passeios para mexer o corpo, aquando das estadas, achei sempre um piadão aos pequeninos azulejos que fazem as vezes de mosaicos, uma vez que estão no chão, dando companhia, e pouco tamanho, pois claro, aos mosaicos propriamente ditos. De maneiras que lá estive eu, pela milhenta vez, ao rés da piscina e não em modo piscinal.
adenda:
la tarta de queso es muy rica
adenda:
la tarta de queso es muy rica
Mar Gina
Chamei Mar Gina ao ondular d' hoje - calminho e tal e tal - porque sou medricas. O meu nadar é rudimentar e até tosco, costumo dizer que sei como manter-me ao cimo da água e vá lá vá lá. E vá lá que já tenho sido enrolada por ondas surpreendentemente fortes, giro um bocado e tal, e cá ando eu. Nem só por terra, quero eu dizer.
É como o mar, a vida, penso agora - imensa, grandiosa e com um fundo desconhecido, que se quer conhecer mas o melhor é não.
É como o mar, a vida, penso agora - imensa, grandiosa e com um fundo desconhecido, que se quer conhecer mas o melhor é não.
Duas vezes
Uma pedrinha que vinha enrolada pelas ondas cruzou o corte que a Carminho me fez na cutícula do dedão do pé direito. Duas vezes infligido, o pobre.
A caneta prateada e de tampa verde.
Encontrei no carro, isto há semanas, a caneta prateada e de tampa verde, a qual anda pelo blogue há anos. Resolvi metê-la na mala, ainda que não tenha tinta, porque me deu pena. Não sei que andava a dita a fazer no carro. Pode às vezes o deslindar deste caso estar no blogue...
Pesquisei e não encontrei. Oh. E vai ficar cá, a caneta prateada e de tampa verde. É.
Pesquisei e não encontrei. Oh. E vai ficar cá, a caneta prateada e de tampa verde. É.
sábado, 22 de agosto de 2020
Jantar
Há pão espanhol. A afronta que eu faço aos celíacos, oh porra - e é esta uma alusão a um post lá atrás no tempo.
Há azeitonas. São verdes e não duvido que sejam oriundas outrossim daqui.
É um restaurante com várias salas, em cada esquina ou pilar, o aviso:
yo cumplo como cliente
uso mascarilla e solo la quito
quando esté comiendo o bebiendo
Há azeitonas. São verdes e não duvido que sejam oriundas outrossim daqui.
É um restaurante com várias salas, em cada esquina ou pilar, o aviso:
yo cumplo como cliente
uso mascarilla e solo la quito
quando esté comiendo o bebiendo
Os devidos lugares
Almoço
Almocei tiborna - pão, queijo, atum e cogumelos. O pão e o queijo, ambos fatiados, foram comprados em Castro Verde e sofreram aos bués com o calor da viagem - o pão suou, ficando bem húmido, tanto que logo que cheguei abri o pacote e separei as fatias para que secassem; o queijo derreteu, resultando numa só fatia, que depois foi fatiada num outro sentido. O resto é aquisição da mercearia perto de mim. Da viagem, concretamente: de Chucena, veio uma embalagem de biscoitos nominados na língua daqui como sendo 'cortadillo con cabello de angel'. Houve também melão, procedência da já dita mercearia - bom que se farta - e café vindo, também, de Castro Verde. Ah, e salada de alface, com rabanetes e tudo. Estes, por sua vez, eram pertença do frigorífico lá de casa. Achei fixe trazê-los, sabendo de antemão que os não deixaria morrer de abandono, antes os mataria - leia-se trincaria, em querendo - eu. E nem sofreram nada com o tanto de calor. Mas é que nada.
Contacto
Contactei com um puxador escaldante, que o sol andaluz escaldou. Era rendondo, a mola estava presa e o botão de trancar era pequerrucho. Se for barra fosse assim o inferno, então pronto, contornarei barra contornava o passo e farei barra faria o chichi de sentinela. Efectiva, a sentinela, contudo.
🚘 🎭 👨 👩 💺
O meu automóvel de matrícula portuguesa já se mostra como os demais da sua nacionalidade* - ele é máscaras penduradas e ele é máscaras penduradas e ele é máscaras penduradas. Só por dizer que a gente não as pendura no espelho retrovisor. Não. A gente, como somos dois diferentes e, as máscaras, iguais, penduramo-las no puxador da porta. Temos é que ter cuidado de as trocar quando trocamos de lugar.
*como farão os desta?
*como farão os desta?
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
Baú, Novembro 2015
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Mais do que para passar o tempo, mais do que tentar esquecer que me encontro num lugar que não suporto, mais do que rebuscar o amor na impessoalidade dos objetos, aqueles meus posts em que me ponho a enumerar freneticamente o recheio da minha secretária, aqueles em que registo as faltas da minha despensa, ou os planos doces para o fim-de-semana e ainda todo um rol de minudências que aponto diariamente, servem, mais conscientemente do que quero e preciso, para ver até que ponto alguém se mantém na disposição de ler este blogue.
Geralmente não me dou ao trabalho de encontrar encaixes entre episódios da minha vida e motivos para isto ou aquilo ter acontecido como aconteceu, sou mais de deixar a vida fluir porque entendo que só assim sucede o inesperável, portanto é particularmente interessante que as frases que apresento a seguir (do livro do momento, 'Olhos verdes', Luísa Costa Gomes, páginas 112 e 120 respetivamente) tenham sido encontradas não muito depois de ter escrito o texto acima.
«O que se seguiu nem é preciso contar em pormenor.»
«Se era isto verdade ou ilusão, o futuro o dirá.»
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Fui cuscar a última palavra do livro que ando a ler, Olhos Verdes, Luísa Costa Gomes. É 'polar', a palavra que consta antes do derradeiro ponto final. Podia usar esta ideia como trampolim para a compra de livros. Tenho o hábito de ler as primeiras frases dum livro se o quero saber interessante para mim, isso e abrir algures no meio, ou antes do meio, vá, e ler também, é assim que decido se quero um livro ou então não. Mas podia ir roubar a última palavra, atentando em não deitar o olho à frase que a contém, ou às frases anteriores. Supostamente, se refreear a curiosidade e roubar somente a última palavra, não arruinarei o interesse nem estragarei o prazer da leitura, que uma palavra isolada não traz mal nenhum, quando elas se juntam é que.
Da leitura
Naquele fim-de-semana de passeio calhou de passar por uma das moradas do Gualter. Acenos e olás logo que a gente se viu uns aos outros, pronto, aquela coisa encurtada, à conta do vírus (que ainda é o) do momento e tal e tal. Mostrou as melhorias da casa, incluindo a biblioteca, olha aqui, disse apontando para cima. Olhei e vi uma catrefada de livros alinhados sobre umas prateleiras e com ar de poucas mexedelas desde que. Lembrei de imediato o último livro que ele me emprestou e que ainda não entregara porque entretanto não se proporcionara lá ir. Desculpei-me logo e ele, brincando, respondeu 'ah, então olha, é o que pertence àquele vazio que está ali'. Ri-me. Claro que não estava lá vazio nenhum. Entretanto passaram todos estes dias e calhou de ir a uma outra morada do Gualter, mas em modo profissional, digo: o modo especial, aquele em que acompanho o meu colega nos serviços ao domicílio. Vai daí, o Gualter convidou-me a retirar um livro da sua biblioteca, que me emprestava qualquer um, era só escolher. Fiquei reticente, afinal sou uma leitora inconsistente, já expus no blogue que me desconcentro amiúde, que páro a leitura para escrever, que nesses momentos o que escrevo raramente tem que ver com o que estou a ler. Ele insistiu. Senti-me tentada, há que tempos não leio livros... Levantei-me, então, para escolher. Confesso-me, digamos que, algo pesarosa de pouco saber de literatura, ainda assim reconheci nomes como José Saramago. Pá, tudo quanto é Nobel tem nome até para os despistados, né? Foquei-me num título: 'O Homem que Ri' (não fixei o nome do autor mas sob pesquisa arrisco Victor Hugo) mas depois de desfolhar não curti a prosa e recoloquei-o no lugar (ai o que eu gosto de redundâncias!), quase desistindo da busca por algo que me interessasse. E vi. Eh pá, vi! Como não escolher um livro de Italo Calvino, o homem que me apresentou a palavra grafómana e com isso me mostrou o tanto que o sou?! Chama-se 'As Cidades Invisíveis', parece ser uma espécie de passagens entrelaçadas umas nas outras e tenho alguma esperança que, comece eu a ler mas desista de ler por dias ou semanas ou meses, não perca o norte à prosa.
E de resto?
De resto é que já intentei começar a ler o livro umas três vezes mas desisti. Pois. Mas conto levá-lo para férias, o que ocorrerá não tarda. Eu depois vou dando notícias desta leitura. Ah, a não ser que não haja notícias, óbvio.
Securas
A água seca a pele. Incrivelmente. Diz a rica filha que, a gente querendo o bem da pele, que lhe espalhemos logo logo logo o creme.
Máquina de escrever
Fui levar uma máquina de escrever daquelas à moda antiga, andei com ela na mão Lisboa afora. O senhor Frederico tinha pedido ao meu colega que lhe mudasse a fita porque ele não conseguia por conta do mau jeito de mãos que a idade causa. Ora isto de mudar fitas a máquinas de escrever não é serviço cá dos nossos, nem a nossa área de comércio é essa, mas foi um favor que se fez – o meu colega substituiu a fita que não decalcava já nada e eu fui entregar a espécie de mercadoria a casa do (que por vezes é) cliente.
O meu blogue podia chamar-se Máquina de Escrever. Só assim naquela de não ter nada a ver com o que por cá faço. Também. Pois.
O meu blogue podia chamar-se Máquina de Escrever. Só assim naquela de não ter nada a ver com o que por cá faço. Também. Pois.
Lisboa,Lisboa
Um candeeiro de cinco braços, ao qual falta uma lâmpada, pôs-se no meu caminho. Depois pôs-se na minha cabeça uma questão deveras pertencente
– sim, era mesmo pertencente que eu queria escrever -
Será que alumia a rua com a ausência de um feixe de luz? Ou seja: com a presença de um risco de escuridão?
Tenho que lá ir de noite, está visto, que é para ver, pois, neste caso, vê-se melhor no escuro. Precisamente. Ah e 'as estrelas jamais brilharão num ambiente luminoso' e tal e tal. Pois é.
Perspectiva
Fique o povo sabendo que, imaginando uma linha desde este ponto, na bússola do meu telefone, até onde a vista alcance, ai a porra das vírgulas, vê-se então uma quantidade boa de pacotes de acendalhas, uma caixa com elásticos e ganchos lá escritos (precisamente por ser esse o seu conteúdo) e há também rolos de fio de três espécies.
O amor é lindo
Das duas torradas, por modo a deixar a melhor para o Luís, escolhi a menos boa, au eva, não desliguei a torradeira, que masqueceu de puxar o fio. Pus, portanto, um caco queimadíssimo no lixo, que aquilo não se tragava. Do cheiro é que não me livrei.
O que andas a fazer.
Na união da rua Artur de Paiva com a rua Teixeira Pinto soava um alarme já cansado, parecia um martelo fraquinho.
Que andavas aí a fazer, ó Gina?
Explorando a afirmação exposta no título - certificar-me que a avenida Mouzinho de Albuquerque e a avenida General Roçadas se ligam por esta via, e ligam. Mais à frente uma máquina daquelas que aspira o lixo fazia um barulho bem mais sonoro do que o martelo fraco.
Máquina em movimento
Quando a máquina precisa de ir à oficina, sirvo unicamente para levar e trazer, que no mais: nada é comigo, é que nem prognóstico, nem diagnóstico, nem coisinhas aparecidas porque sim, sem gravidade, tampouco acerca da mera manutenção preciso de falar. Nada. Isso aí é tudo com o macho-alfa. Tudo. Até as preocupações.
ai e
O que acho é que isto da menopausa é uma cena do caneco porque qualquer coisa que eu sinta julgo dever-se-lhe.
ai e estou enjoada
ai e dói-me isto
ai e tenho frio*
ai e apetece-me uvas
(já chega, não maço mais)
*pá, é para contrapor os costumes, o que mais está associado à menopausa é os calores, de maneiras que... de maneiras que também tenho frios extremos, sem anúncio ou causa, é o que é
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Lisboa, Lisboa
Dona Marta, vestida de amarelo, vai ali, na rua tal, às tantas horas. Espalhafatosa, sempre. Velha gaiteira, se eu quiser preocupar-me com o que está bem barra fica bem aos novos e aos velhos. Contudo, ainda assim, desfilasse a dona Marta no mais humilde barra delambido traje, eis que o recato não estaria com ela.
Lisboa, Lisboa
O Neptuno tem também com ele aquilo do vaivém parável. A Fontana di Trevi e tal e tal.
Lisboa, Lisboa
Ainda bem que o homem que todas as tardes está numa de se bronzear não escolheu para colchão o banco hater, antes o que lhe está por trás, isto em a gente estando de costas para o poeta. O banco hater é meu, pronto, por isso é que acho que ainda bem.
Lisboa, Lisboa
Rua Frei Fortunato de São Boaventura – o último quarteirão tem impressas a tinta branca focas em posições várias, mas sempre numa de parecer que estão a nadar.
não sei, lá está
(o blogue é o único sítio onde posso não saber coisas)
não sei se faço por ser diferente
se sou diferente
se faço por sê-lo para gostarem de mim
se para não gostarem de mim
(mas não chego a nada de nada porque, afinal, vocês gostam de mim na mesma)
se sou diferente
se faço por sê-lo para gostarem de mim
se para não gostarem de mim
(mas não chego a nada de nada porque, afinal, vocês gostam de mim na mesma)
Barulh(inh)os
(Eu) Ouvir um barulhinho e (eu) achar que é uma pessoa que vem aí pode resultar em boa companhia e (eu) ficar contente.
(Eu) Ouvir um barulhinho e (eu) achar que é uma pessoa que vem aí pode acontecer (eu) não estar no momento de fazer boa companhia.
Sinónimos
Gina, a observadora, a curiosa, a cusca.
O porta-chaves da cliente tinha gravado na parte de trás ---
saca tu mejor sonrisa
---
O porta-chaves da cliente tinha gravado na parte de trás ---
saca tu mejor sonrisa
---
Caligrafia
Um cliente perguntou se podia tirar uma foto à etiqueta do artigo, que fora, por mim, manuscrita, para levar de consulta a quem era mais de direito de saber exactamente o que queria. Às vezes há uns cleitnes... ai perdão, clientes que vêm mandados por superiores e, vindo dúvidas, safam-se, uns assim, outros assado. Dei atenção à minha caligrafia, não fosse ser uma das minhas borradelas manuscritas, vezes há em que alongo as letrinhas e tal e tal, só que não, estava lindinha, perfeitamente legível. Passado um tempo, já não recordo por que caso ou figura, encontrei uma etiqueta lindamente manuscrita -
ai e é um mosquetão
ai e é de 100 mm
ai e é do código 202041
- Sério, que eltra... ai perdão, letra tão redonda e certa. Oh.
Geração desenrasca
Em conversa despegada do atendimento, uma cliente concluiu que não está a preparar os seus rapazes para que um dia saibam gerir o trabalho doméstico e toda a classe de inerências. Dizia ela que os mancebos lhe responderam que, chegados aí, vão ver à Internet como se desenrascar nessas lides, bem como em todas. É a geração desenrasca, sim - onde é que eu já li isto...? -, mas não somos todas assim?
Sempre ouvi dizer
Sempre ouvi dizer que os budas se expõem de costas, mas olhem que o que está no salão onde a Carminho me trata da beleza é reversível, que o puseram num móvel de prateleiras, cujas paredes são vidraças. De maneiras que, a bem dizer e daqui de onde estou, pois que sim, vejo-lhe as costas. mas quem passa do outro lado vê-lhe a frente.
Pela primeira vez, a Carminho não me perguntou se queria pintar as unhas. Acho que já se habituou a esta viragem. Continuo a gostar aos bués de ter as unhas pintadas, mas, porque actualmente não uso sandálias, não vale a pena passar uma tarde de chinelos, naquela de secar mesmo bem o verniz, com os pés a arrefecer, num desconforto aborrecido. Os meus pés, agora me lembro, sofreram uma outra mudança, arrefecem tão mas tão aos bués como eu continuo a gostar das unhas que neles tenho estejam pintadas.
Naquele fim-de-semana*
Naquele fim-de-semana
Avistada, algures, uma Rua da Fábrica – há tantas Portugal afora, né? Ou seja, dantes é que era uma rua da fábrica, actualmente tem-se a Zona Industrial. Depois dei também com uma Rua da Cabine e usei o mesmo sistema para inventá-la pequenina e a crescer tanto mas tanto que resultou em Central Telefónica.
Naquele fim-de-semana
Os Gigões e Anantes, foi o nome que li e que é de uma livraria. É evidentemente uma troca de letras feita com o propósito de pôr os leitores a pensar.
Naquele fim-de-semana
Passei por tabuletas com uma terra chamada Buarcos. Achei um piadão, até parece que fui eu a trocar letras aos Buracos... digo aquela minha questiúncula 'ai perdão' e mais não sei o quê.
*...
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Bamboleio
Se eu não escrevesse somente acerca de assuntos deveras importantes, agora punha aqui o giro que foi transportar um copo com um restinho de água desde o quarto até à cozinha. Enfiei-o no bolso das calças e é aí que mora a gireza do assunto – foi um problema não entornar a água. Afinal bamboleio mais as ancas do que julgava, digo eu que o eixo de rotação, mesmo estando não muito longe das extremidades, bamboleio. Mas, enfim, como só escrevo de assuntos deveras importantes, pois que não ponho cá nada disso.
t-shirt
li numa t-shirt
'não fiques triste, eu também gosto de mamas pequenas'
digo no blogue
'homessa, não temos por que (nem porque) ficar, há todo um rol de truques que contrariam esse (d)efeito'
post com título
vivo e escrevo o que vivo
para não morrer
vivo escrevendo o que vivi
pondo uma lupa
rectificando:
vivoescrevendo pondo uma lupa sobre o que vivi
para não morrer
vivo escrevendo o que vivi
pondo uma lupa
rectificando:
vivo
dois pontos
adjectivos:
magra
gorda
As pessoas ainda não se habituaram ao meu aspecto.
___nem eu, 'migos, nem eu___
Frente ao espelho, vejo-me magra, porém: sinto-me gorda.
magra
gorda
As pessoas ainda não se habituaram ao meu aspecto.
___nem eu, 'migos, nem eu___
Frente ao espelho, vejo-me magra, porém: sinto-me gorda.
Obrigada
Obrigada, não é que a gente possa obrigar alguém, e a ninguém se pode obrigar coisa alguma, mas pode-se insistir. E até exaustivamente.
Olhem aqui
Olhem, venho aqui, pesarosa, dizer que o meu telefone tem um piquinho no ecrã. Continuo sob peso, mas um outro, e digo que caiu duas vezes nas últimas vinte horas (ou coisa assim). No mais: vai-se andando.
Lisboa, Lisboa
Agora é que eu tenho uma foto mesmo boa no ecrã do telefone, uso como papel de parede e ecrã de bloqueio, que me dá horrores tê-las diferentes. Antes tinha lá uma tirada à calçada, para ilustrar isto:
Olhem, foi aqui vêem? Foi aqui que fiz as capturas de ecrã durante aquele fim-de-semana. Ou seja, nessa altura tinha-me lembrado de, em vindo a descer, a informação no telefone em termos de temperatura, horas e estado do céu iam diferindo, pois claro, e eu ia capturando esses estados e lembrei-me de tirar uma foto ao chão de onde estava no momento. Pronto, pá, cenas daquelas montes de interessantes, das quais consigo ser a mentora mor e a cabeça de cartaz. Enfim. Só que, e é aqui que está o fulcro deste post, a calçada era clara e as preciosíssimas informações mal se liam. Quero dizer: eu cá mal as lia. Então, extinta que foi, por mim, a minha preguiça, mudei para a imagem acima. É que eu cá é assim: adoro o meu telefone e tudo quanto posso fazer com ele, nele e a ele, mas em certas merdices dá-me cá uma preguiça... Ah, e a foto à calçada nunca foi vista na blogosfera porque essa fantástica ideia 'morreu na casca', como diz a minha mãe.
Panos
Por conta de não deixar trapadas a secar no interior da casa, isto: aquando das incumbências, trouxe os panos da senhora para lavar.
Ora o que é que aconteceu de montes e montes de trágico, de verdadeiro horror, ou, simplesmente, de impensável?
Aconteceu que um dos panos era verde e agora tenho toalhas verdes, que o dito, não usando cuidados nenhuns, mas tingiu. Pronto, ao menos é uma cor diferente de azul - como aconteceu há tempos - e, ademais, gira que se farta. Ficaram verde-água, oh vejam lá a gireza disto.
Há outra questão acerca desta demanda e que, já agora, fica neste post.
Durante o fim-de-semana a senhora ligou-me duas vezes. Ó pá, foi tóin xiru!
'Ah Gina, desculpe lá, mas agora sabe mais da minha casa do que eu – não tenho uma vassoura cá em casa, pois não?'
O que a gente se riu. É de facto verdade verdadinha verdadeira, eu sabia dos seus cantinhos todos, ela não. Mais tarde...
'Ah Gina, desculpe, ando só a maçá-la, faz alguma ideia como funciona o chuveiro? É que quem passa de um Mini para um Rolls Royce dá nisto!'
Expliquei como cheguei ao aceitável nível de funcionamento do seu chuveiro, mas sob a perspectiva da lavagem do poliban, é que foi mera sorte eu não me ter encharcado toda quando andei lá de roda de tanto botão e manípulo.
Líquidos
Ao pequeno-almoço não preparei líquido nenhum. Chá - não me apetecia. Leite - nem prensar. Mas o suminho de laranja que preparo para aí de três em três dias, do qual gosto tanto e tanto me apraz, estava-me o corpo a dizer que não estava precisado desses nutrientes. Foi isto o que me fez vir fazer este registo, este ouvido, esta anuência que lhe dei.
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
Música
Não era meio-dia nem era piano, era um qualquer instrumento de sopro, mas dos possantes, em modo ensaio. Contudo, depois soou o pinao... ai perdão, piano, em acompanhamento, e parecia ensinar, afinal. Tocavam os 'parabéns'.
Lisboa, Lisboa
Hum, bem me parecia que a rua Carlos José Barreiros tinha o seu início junto à Igreja de Arroios. Intuição. Bússola. Rá-rá!
Lisboa, Lisboa
Aos dezassete de Agosto, pelas dezassete horas, lá estava eu, como prometido. Antes percorri a rua dos cinquenta e dois jacarandás, como de costume.
Sonho
Sonhei com cebolas. Hum, cá pra mim este sonho é como que filho do assunto que ontem apresentei no blogue. Fora isso, o sonho foi composto pelo inconcebível (como todos, aliás, digo: os meus) - eu tinha as minhas cebolas armazenadas dentro de um armário que pertencia ao restaurante aqui do lado do estaminé. Pois. Reina o inconcebível, lá está. Então vai a pessoa de casa até ao pé do estaminé com o propósito de suprir a falta de cebolas no cesto? Não.
Adenda:
Por ora ando numa de sonhar e lembrar-me dos sonhos. Nos últimos dias, quiçá semanas, eu sonhar, sonhava, mas não agarrava os sonhos, nem mesmo ao levantar da cama.
domingo, 16 de agosto de 2020
Gina, numa relação com o supermercado.
Comprei cebolinhas. São muito boas e versáteis. Digo: a versatilidade nasce-lhes como nasce a outras cebolas quaisquer, dão para o que dão. Ponto mau: chatas de descascar, oh porra. Continuando com o tema 'cebolas' mas falando de outras cebolas, as que comprei aqui há dias no nepalês da frutaria, trouxe uma meio que apodrecida. Obviamente foi por distração que a trouxe. Quando fiz o espanto de a ter encontrado o Luís disse que eu, como sou muito observadora, reparo mais no que me rodeia do que no que estou a fazer, por isso me é tão comum comprar coisas estragadas, ou trocar os biscoitos ao cão, ou, ainda, comprar arroz agulha, quando o basmati era o faltado, e do agulha já cá havia três pacotes, ou coisa assim. E sim, faço lista, mas, parvamente, ainda no outro dia comentava isto com a rica filha, ando supermercado afora, consultando a memória ao invés de retirar a dita lista da mala e consultá-la, se, ademais e neste caso, é bem mais certa do que a memória. Mas é o que é.
Comprei rabanetes. Naquela de variar e tal. Lá está algo tão banal como uma ida ao supermercado a actuar subliminarmente naquele trabalho de cabeça, que é fazê-la mover-se (aqui falo do cérebro, ok?) sob um simples exercício: comprar géneros diferentes para diferentemente viver e assim manter-me viva. (Sim, este tópico está um bocado parvo mas até gosto dele assim, afinal amamos as imperfeições, né?)
Comprei vinho com o principal intuito de fazer a vaza de quem se preocupa aos bués em manter a sua adega compostinha. Um dos vinhos possui 'sossego' em seu nome. Sim, comprei mais do que um. Agora não me apetece, mas, em apetecendo, hei-de pôr-me para aqui a fazer a vaza de quem se relaciona com vinhos da melhor maneira. Sempre ouvi dizer que os bêbados, na verdade, não gostam de vinho. E acrescento que, sim!, é possível ter uma relação saudável com o vinho.
Na canção do momento, a que ouço a caminho do supermercado (às vezes esqueço-me que nem toda a gente me conhece os passos, quem aparecer aqui de rompante sabe lá o que é isto d' «a canção do momento», né?), o primeiro 'oh' é tão ritmado como a curva que descrevo, o segundo 'oh' já está desfasado. Daí para a frente e até parar é toda uma balbúrdia de 'ohs' e de curvas e de ritmos.
pui ós pigos
fui aos figos e trouxe três
dois colhidos da árvore que se vê nas fotos
um de uma outra lá atrás
dos dois, um devia ter continuado lá, que lhe saiu leitinho do pé
seja lá como for, todos três
hão-de integrar uma salada que farei não tarda
já na semana passada pui ós pigos
mas não havia nem um capaz
depois aconteceu não fazer post com esta preciosa informação
só que não sei porquê
quiçá altos voos literários estavam, por mim, previstos
dois colhidos da árvore que se vê nas fotos
um de uma outra lá atrás
dos dois, um devia ter continuado lá, que lhe saiu leitinho do pé
seja lá como for, todos três
hão-de integrar uma salada que farei não tarda
já na semana passada pui ós pigos
mas não havia nem um capaz
depois aconteceu não fazer post com esta preciosa informação
só que não sei porquê
quiçá altos voos literários estavam, por mim, previstos
sábado, 15 de agosto de 2020
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