Teve alguns segundos de imobilidade, o abacateiro. Mas depois, correndo a brisa, moveu-se um poucochinho de nada. Pensava eu, quando nesta observância, que preciso saber descansar e pedir ajuda. Do saber descansar é saber de saber se o que sinto não será preguiça, da ajuda é discernir se não é mas é pieguice da mais cobarde. Mas o abacateiro. O abacateiro lá estava então, céu cinzento por trás, brilho do sol pela frente. É curioso como um céu cinzento cria mais contraste nas folhas do que um azul. Que graça. Por estarmos ao rés do Outono, este condescende para com o fim do Verão. Eu cá, acho. Acho até que diz: - Vá, brilha lá mais um bocadinho nas folhas do abacateiro. Mas só desse lado, que daqui mando eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário