Deixei a cabeça de uma boneca em cima de um pratinho de brincar. Depois lembrei-me daquela passagem bíblica em que a cabeça de João Baptista é oferecida numa bandeja, o que me fez alguma impressão. Mas, como descreio que a menina conheça esta história, lá ficou a cabeça da boneca em jeito de manjar. Dos deuses. Não. Homessa, que tola ironia.
Sinto uma certa nostalgia dos tempos em que falava com a menina por meio de gestos, lá isso é verdade, mas agora converso presencialmente com o gatinho amarelo, o que é quase a mesma coisa. Isto porque, por entre as correrias do bicho, posso acreditar que me ouviu quando reflecti acerca do seu comportamento amalucado e o avisei:
- Miau, olha, em a gente chegando a adultos perdemos toda a graça. Tu aproveita.
Mas, reflicto agora, isso é uma questão humana, o gatinho amarelo jamais perderá a graça, nem mesmo quando já for gato.
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