Comprei dois copos de pé com o propósito de os usar para o sumo de laranja. Na prateleira havia em azul mas escolhi o âmbar porque me pareceu que a laranja obteria maior destaque se em conjunto com a purpurina do que com o cobalto. Quando ensaiei a junção de cores, imediatamente antes de beber o primeiríssimo sumo de laranja por aquele copo, mudei de opinião. Gosto de mudar de opinião mas também não. Gosto porque acalmo o desassossego que brota perante as dúvidas. Não gosto porque me fico por tola e a par com o desnorte, e o desnorte é aquela sensação de não saber porra nenhuma, afinal. Mas os copos são bonitos na mesma. Gosto de todos os copos. Não gosto de copos de plástico. Por vezes vejo uns que ao longe parecem de vidro, quase sacavenenses, mas, se lhes chego e lhes pego, sinto ali um passou-bem mal apertado, um daqueles indesejados e que a pandemia erradicou, por assim dizer. Que não se desdenhe do mal, afinal. Por ora também já toda a gente sabe que. E aprendeu a. Qualquer dia deixamos de. Ou em. Mas os meus copos. Lamento não ter escolhido trazer os meio que azulados. Oh.
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