sábado, 12 de fevereiro de 2022

O dinheiro é literário

Há tanto tempo que transaciono questões bancárias através de máquinas que sinto falta de desorganizar os passos. Sei lá, são sempre iguais, aborrecem-me. Oh, não sinto nada falta, estava a inventar e desta vez anuncio que o estou a fazer. O que realmente aconteceu foi que me dispus a colocar algo escrito no rectângulo destinado à referência do depósito, caso o cliente o queira fazer. E eu quis. Pronto, gosto muito de escrever. Na primeira vez ia digitar 'coisinhazinhas' mas enganei-me e não quis corrigir porque receei que as cruzes apagassem o valor a depositar. Era tolice, afinal estava num campo diferente, mas. Então acabei por enviar a seguinte mensagem: 'ciooosas'. Na vez seguinte tornei a enganar-me e a não emendar, havia digitado: 'o djnhiro'. Mas a vida avança, tanto que, não tarda, estão a bater-me à porta vindos do supremo juízo bancário, nas mãos um prémio pelo original contributo literário. Tudo virtual, óbvio. Tudinho. Ah, houve ainda uma vez em que digitei 'ate que enfim'. Bem sei que falta o acento no é mas não o encontrei no teclado e aquela merda tem uma ampulheta, também virtual, sabia lá eu se o tempo escoava nos entrementes. Esta mensagem era uma exclamação de alívio, havia dias que eu e a máquina estávamos impedidas de falar devido a um bum! informático.

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