quarta-feira, 15 de junho de 2016

Lugar da musa

Andei iludida, julgando ter deixado o livro do momento (Estranha Ternura, Miriam Toews) no lugar da musa. Mas não. Enquanto considerei que esse esquecimento efetivamente acontecera, construí montes de textos na minha cabeça, mas não me pus logo a transformá-los em textos vivos por não ter a certeza de ter despejado a mala no estaminé do meu colega e ser lá que o livro estava. E estava. Oh. Até ia ser giro. Para já, seria giro o tema, que se há coisa que nunca me aconteceu foi deixar um livro esquecido. Para depois, seria giro perguntar às meninas 'olhe lá, ontem deixei aqui um livro, não foi? E elas ou uma delas dizer 'foi, está aqui' e estendia-mo enquanto sorria amavelmente. A minha assiduidade àquele lugar da musa já me tornou merecedora de sorrisos amáveis. Há um certo tipo de pessoa que a amabilidade não lhes está logo ali por baixo da pele. A gente, eu, tem, tenho, de esperar, sem alarde, que é lá isso, e lá está a porra da passividade a favorecer-me. É esperar, é-es-pe-rar.

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