O senhor que está cá fora a distribuir panfletos tem uma bata branca, portanto deve ser o oculista e não alguém contratado para vir para a rua meter-se na vida dos transeuntes. O oculista estende-me então um desses papelinhos, que em dias como este se chamam panfletos, pergunta um 'posso?' antecipado por um 'boa tarde'. Assim é que é, 'migos. Assim sim, 'migos. Aprendam, vá. Não é atropelar a minha passagem e meter-me o panfleto à frente. Esses são gestos tão repentinos, que se não paro também eu repentinamente ainda levo com mãos nas mamas ou no pescoço, depende um bocado da altura do distribuidor. Ou nos olhos, também, pode ser nos olhos. Na barriga. Daí para cima, nos primeiros, ou daí pra baixo, na segunda, é que não sei se é viável.
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