terça-feira, 6 de novembro de 2018

Portar-me bem e barra ou benzinho

Se me portei bem e barra ou benzinho este fim-de-semana ao nível do fogão, é o que querendes saber? É? Então vá.
Fiz um bolo-pudim, o qual, como (acho eu que) indica o nome, é um pudim e um bolo cozidos de uma só vez e em cima um do outro.
Comecei por untar e polvilhar a forma de buraco com o costume e acrescentar o caramelo líquido. Aqui errei por demasia, coloquei caramelo pra caraças, primeiro porque me pareceu bem assim, segundo porque o que restava no frasco me pareceu pouco para uma próxima vez, vai daí despejei tudo. Ademais este caramelo é coisa que não uso com regularidade, estava-me no frigorífico há um ror de tempo e, ainda, tinha-me sido oferecido pela minha sogra, que me dissera 'ai mulher, eu agora já não faço estas coisas, olha, toma, leva'. E eu trouxe e entretanto já se passou muito vírgula muito tempo. Depois, e agora estamos no bolo-pudim, era hora de fazer o pudim e o bolo, por esta ordem, pois que o pudim emborca-se primeiro na forma. Mas o bolo carece de claras em castelo e eu só tenho uma batedeira (a montes de espectacular, a pequerrucha tem as varas partidas e eu ainda não me apeteceu mandar buscar umas inteiras e novas) e a maneira mais fácil era encastelar as claras antes de mais, passá-las para uma taça, fazer por se encontrarem os ingredientes do pudim e pumba, misturá-los. Aqui acionei a batedeira numa velocidade demasiado alta para um líquido composto por leite condensado (uma lata), leite (a medida da lata) e (três) ovos, e prontus, caldo entornado na batedeira, no móvel onde a apoio, na parede e no chão. Bom, lá me amanhei, tudo bem, e a cadela lambeu e lambeu o chão. Maravilha, né Olívia? É, ouvi eu ela dizer. O pudim teria menos um decilitro do previsto e tudo estaria bem na mesma, de certezinha. Depois joguei-me ao bolo e notei que a receita vem em chávenas de chá. Ora bem, esta receita é antiquíssima nos meus canhenhos, o que significa que sabia lá eu se me decidiria por chávenas de chá ou cups. O facto é que, e isto eu sei, estas receitas por vezes vêm dos EUA (cups) e noutras vezes do Brasil (xícaras), sendo que as medidas não são iguais e, se quisermos ser precisos, pode ficar estranho. Ora a receita dizia duas chávenas de chá de açúcar mas eu quis fazer a coisa com cups, tenho a mania e o camandro, penso logo que sei muito bem o que estou a fazer, e vai que considerei ser muito açúcar, se em cups, para quatro ovos e pus um cup e meio... Bom, continuei com a receita e tal, toca de pôr o dito açúcar e as gemas na taça da batedeira e bater até esbranquiçar, depois juntei as claras cuidadosamente, a farinha (usei um cup de uma daquelas farinhas extrafinas que já traz fermento) e dispus em colheradas por cima do pudim que já estava na forma, arranjei um banho-maria para a forma e pus tudo no forno. A receita não revela qual o tempo de cozedura e há muito tempo (anos!) que não fazia este bolo mas está-me na memória que leva um tempão até estar pronto. Pus o meu temporizador (que é um cozinheiro) a rodar pela cinturinha durante uma hora e, finda, espreitei o bolo e vi-lhe uma crosta caramelizada mas num tom claro. Hum... Deve estar mesmo bom, pensei eu. Fui buscar o palito, espetei-o e saiu limpo. Desliguei o forno e deixei tudo lá dentro uns dez minutos e, passados, retirei e desenformei. Só por dizer que... Se desmanchou. Assim:






Parece que afinal o meu bolo-pudim não cozeu... Mas no sabor e na textura não se estava mal. Imaginem uma crosta doce na base, uma parte mole (que era a massa do bolo ainda não totalmente cozida) e uma outra firme (pois cozera) mas cremosa. Uma maravilha. Ah. Mas esta sobremesa saiu-me de facto demasiado açucarada, só não sei se a demasia terá vindo do caramelo líquido ou da massa do bolo. Contudo, do pudim sei que não é porque tinha o sabor equilibrado.

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