Uma vez, num cabeleireiro, encontrava-me tão sedenta que pedi um copo de água a quem me estava a atender e que, percebi depois, era a manda-chuva do pedaço porque se apressou a incumbir uma das funcionárias na demanda de um copo de água. A escolhida mostrou má vontade e protestou que tinha que descer lá abaixo. Virei-me para a manda-chuva e expliquei que podia ir lá eu, ora essa. Ela travou-me com um 'não' e virou-se para a funcionária, repondo peremptoriamente a ordem: 'Vais lá abaixo e trazes um copo de água para esta senhora.' Na sequência senti-me no meio de alguns opostos, de serviçal a senhoril, da ralé à nobreza, de pedinte repelente a merecedora de deferência.
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