sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Da alegria


O quadro na parede dos clientes do fim do dia continha um enorme á em letra minúscula, coisa para ter uns cinquenta por trinta centímetros, em vermelho, lindo, colossal, e por baixo, em pequerruchas letras a preto, dizia assim:

a alegria é a coisa mais séria da vida

E é. Oh se é. Entretanto aconteceu o inesperado: a cliente, que eu estava a ver pela primeira vez, porque não tinha sido ela a requisitar o serviço mas sim o marido, disse que já me conhecia do balcão, que há tempos lhe vendi uma cola. É sempre estranho, porém incrivelmente agradável, que um cliente saiba precisar o - ou um - momento em que se relacionou comigo no balcão, quando não tenho memória absolutamente nenhuma desse sucedido. Portanto: julgava eu que a estava a ver pela primeira vez. O mais engracado? A alegria dela, oh porra, que bom de ver. Vai-se a ver e isto anda tudo ligado, relembro agora mesmo o quadro descrito acima.
22|08|2019

O texto acima tem mais de um ano e vem de lá para aqui porque esta cliente esteve no estaminé e, como lhe notei a referida alegria, relembrei-o. *Quero republicá-lo, a hiperligação não basta.

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