sábado, 21 de novembro de 2020

A caneta e.

sobravam-me cinco minutos
e resolvi-me a subir a rua para ir à papelaria do primo
e fui atendida pela prima, o que não tem sido comum
e por isso é que ela não me reconheceu logo
e desviei a porra da máscara
e ela riu
e fez 'oh'

Fui comprar uma caneta da gama das anteriores (hiperligação) mas de uma outra cor. Já nessa altura fiquei com vontade de ter uma de cor aceitável porque, mesmo que raro, por vezes escrevo aceitavelmente, tipo quando assino papelada ou coisa assim (ora, julgavam o quê?). O pote estava na montra e apercebi-me que a prima, pequenina pequenina, dificilmente lhe chegaria, então: estiquei-me eu. Experimentei a caneta somente quando cheguei a casa e levou um ror de tempo para a tinta lhe descer. Quando desceu registei 'lai lai lai', e isto sou eu a cantar de aliviada, de irónica, de contente. Há porém um descontentamento: a mola é parva, umas vezes o bico retrai, outras não, o que só me molesta porque as minhas canetas andam dentro da mala nos rebolões do costume e se alguma tiver o bico de fora vai pintar-me o interior e eu, pá, não quero. Medida a tomar: comprar um estojo. A papelaria dos primos tem.

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