segunda-feira, 29 de março de 2021

#prefirovírgulaaté

Gosto de estar sozinha. Prefiro, até. O concreto não inviabiliza o desejo, lá isso... Agora deixei de estar estupidamente certa de que vocês gostam de mim na mesma, mas outros dias virão, lá isso.

Companhia

Senti barulho no átrio do prédio e fui ver. Vi então um funcionário de uma empresa abastecedora de um dos consumíveis que mantém este lar funcional e confortável, vi também que abriu a porta onde está o meu contador desses itens. Sabendo que de mim jamais precisará, o que lhe interessava era os números que, mais a mais, eu não saberia como lhos indicar senão pelos mesmíssimos meios pelos quais ele soube, daí debalde seria qualquer interação da gente os dois. Portanto: não abri a porta, não falei, nem mesmo cá de dentro. Mas, giro giro giro, é que ele vinha a ouvir música, posso presumir que saía do seu telemóvel, e era uma música alegre. A música é uma companhia do caraças.

Post nojento. E ao quadrado porque os nojos são dois.

Cheguei ao poiso da escrita e notei que as folhas de chá de lúcia-lima ficaram aqui, em cima de um papel que está em cima da secretária. Foi assim: no dia anterior, à hora desse chá, havia trazido a caneca cheia de chá, mas como tinha tido preguiça de usar o passador, pensando «ah, as folhas são grandinhas, vou poder beber por entre, é na boa». Só que não. Era em cada gole uma folha a chegar aos lábios. Vai daí, retirava-a e colocava-a em cima do papel. Foi este o processo com todas as folhas. Depois esqueci-me delas e agora estou aqui a escrever isto. E no intervalo joguei as folhas no lixo, já aqui não estão por companhia.

Canetas

Já cá faltava este acerto de tintas. Tenho mais duas canetas, adquiridas na loja do primo. Uma nada tem de especial, ou por outra, nada tem de novidade porque é igualzinha a uma que já comigo anda diariamente. Tenho-a aqui ao pé de mim, em cima do teclado onde digito este interessantíssimo post, mas em teclas que têm uma probabilidade muito forte de não me serem necessárias. A outra sim, é notícia – de cor vermelho robusto, cómoda por deslizar maravilhosamente, prática porque facilmente se apaga o rasto que deixa, podendo inclusive usar-se uma mera borracha de apagar os rastos que meros lápis deixam.

ni comme, ni tout

Com uma revista que adquiri veio de oferta uma agenda que, percebi depois, era escolar, tem até uma folha para o horário. Em certas alturas, precisamente no cimo do conjunto de linhas destinado a cada dia, há uma correnteza de três emojis, cada um com seu estado: o alegre, o amorfo e o deveras aborrecido, intervalados por quadradinhos. Aquilo há-de ser para a malta pôr uma cruz no que corresponder à cara com que acordou nesse dia. Tenho usado essa agenda para registar ideias para vídeos, tanto temas como modos de editar. Não, eu não estou a usar a agenda comme il faut. Quando concluo as ideias, quando estão inclusivamente publicados os vídeos, rasgo as folhas. Não, não guardo tout ce que j' écris.

lâmpedas...?

vendi lâmpedas
pronto, às vezes calha-me a vida assim, mal dita
«lâmpedas...?» foi a perguntinha introdutória do cliente
e eu que «sim senhor!», óbvio

Nascer por igual

Somos tão torcidos que nascemos de cabeça. É certo que está ali alguém a aparar, pois, quando não, né, não era bonito, tampouco bom. Atiramo-nos de cabeça para o mundo, é o que é. Quero dizer: eu cá foi. Os ricos filhos também. Os demais não sei, mas, e, todos decorremos de um milagre: nasce-se.

A grossa fatia de bolo

A diferença está, por exemplo, se me vejo servida de uma grossa fatia de bolo e dissolvo imediatamente a culpa de parecer parvamente glutona só porque sou (era) gorda. Percebem? Nem é tanto os quilos a menos o que me deixa feliz, é, principalmente, a ausência de culpa.

Hoje é segunda-feira

Vinte e nove de Março, hoje. Este Março pisará ainda mais dois dias no decorrer desta semana. Porra, que comprido é este mês também. Digo eu a par com o Janeiro. Mas há mais meses de trinta e um, só por dizer que um ocorre na Primavera, tempo bestial, dois no Verão mais Verão que há, o outro no Outono, que sempre será bonito e o último no Natal, pá, que é aquela festa, né? E pronto. O Janeiro e o Março são meses da porra. Mesmo.

domingo, 28 de março de 2021

Olá, bem vindos a mais um blogue.

Olívia 😉

É uma pena.

Musgo



Não vá que daqui por dois meses já não me lembre o que é isto, isto é:

Um pedaço de vidro que foi colocado num dos cantos da janela do ex-quarto do rico filho - posteriormente meu ex-quarto - porque, por questões de azar, se havia partido. Para que o canto não ficasse sem proteção às intempéries, o Luís fez-lhe uma caminha, encaixando, não só este pedaço, como outros dois, tendo permanecido aí por largos anos. O giro é que este pedaço adquiriu musgo, daí este post como resultado, porque, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, sou uma amante do pormenor, registo coisinhazinhas e blás e mais blás. Descobri o musgo porque este fim-de-semana serviu para que - finalmente, oh glória terrestre! - tenhamos - oui-oui! tout les deux! - desencaixado as velhas janelas, que, vai-se a ver e não tinha jeito nenhum que estivessem à frente das novas. Esta dupla de janelas é - também - coisinhazinha explicável. Lembrando-me, esparramar-me-ei num post com essa brilhante temática, esses importantes porquês, essa sondável questiúncula.

sábado, 27 de março de 2021

Cumplicidade

«É na boa, mana», foi o que disse o rico filho em resposta a um favor pedido pela mana. Não é tão fofo que aos vinte e tais se mantenham manos?
|3 Março 2018|

É. E continuam fofos e manos. E cúmplices. A melhor parte é que não os ensinei a serem assim, é uma questão que tomaram como sendo a melhor.

há cave, há homem

Recomendação do rico filho: mãe, não escrevas caveman, escreve man cave. O rico filho tem, portanto, 'a cave' (ler à inglesa, por favor) e é 'man' (aqui já não baralha) porque tem uma divisão lá em casa que contem toda uma série de 'cenas de gajo' – bar e televisor, isto só para exemplificar. Podia até exemplificar só com o bar e já estaria o esquema montado na cabeça de quem ler isto. Mas a maior piada está no dizer da porta. Sério. Pá. É lindo:

Não cola

Contou a rica filha que de um ex-colega guarda a melhor piada de sempre, diz que até hoje ninguém superou. É a seguinte:
«O meu nome é manual em francês. Manuel.»
E a piada é tanta - notem que não ironizo, nada disso – que não tenho 'mão' para colá-la no texto.

Lembrete

Quando andei de roda da despensa, mexendo em coisas que, de certo modo não lembram a ninguém e, portanto, mesmo sendo coisas minhas, o certo é que já não lembrava de, por exemplo, ter escrito um lembrete cá dos meus. - Confesso que lhe ia chamar 'sui generis' mas contive-me, que afinal não o é suficientemente, não para chegar até ao 'latim'. - Agarrei numa folha de papel de linhas e cortei-o à medida que considerei ideal, usando uma tesoura que corta em pequeninos triângulos, obtendo, assim, um orlado triangular e miúdo. Bonito. E isto vezes dois. Colei então os papéis. Fiz-lhes riscos nas quatro pontas e umas bolas aqui e ali. Redigi a mensagem. Notem bem: é capaz de não ter sido esta a ordem de trabalho, mas, também, pá, vamos lá a ver, p'ra qu' é qu' iss' int'ressa? Mais: com uma tesoura normal fiz-lhes um corte em forma de losango para inserir uma fita que agregaria o lembrete aos objectos que eu queria lembrar porque existem. E também por que. Só que, pronto, era isso mesmo, não sabíamos porque existem aqueles dossiês. Nem por que. Mas andei de roda da despensa e os dossiês já foram colocados no contentor do papel para reciclar, é, actualmente, material a esquecer porque existiu. E também por que. Entretanto o lembrete tem andado comigo para todo o lado, agarrado ao bloquinho rudimentar, esperando que eu, digníssima escrevente deste blogue, construa um post cuja patente seja, precisamente, ser um lembrete digno de registo.

há quanto tempo não deixava algo do género no lbogue...
ai perdão, blogue!

sexta-feira, 26 de março de 2021

Lisboa, Lisboa

Sempre que ouço um restolhar de folhas atrás de mim lembro aquela cena do filme 'Charlie e a Fábrica de Chocolate' em que o puto corre atrás do bilhete dourado que lhe daria acesso a um passeio dentro da maravilhosa fábrica. O benevolente petiz (melhor assim, a chamar o antigo, a concordar temporalmente com a película) primeiro quase consegue agarrá-lo, depois não consegue, depois quase consegue, depois não consegue, depois quase consegue, depois não consegue e, depois, finalmente, consegue! Consegue agarrá-lo e segurá-lo e levá-lo e fazer a família feliz. Au eva, não tenho memória para outras descrições detalhadas, mas desta cena lembro ainda um restolhar de apreensão por parte do pessoal lá de casa, aquando da novidade que o benevolente petiz lhes levou. Retomando o primeiro restolhar deste post: folhas que rodopiaram para mim.

Material cirúrgico

Enormíssima vantagem no uso regular da máscara: colocar dentro da boca o último bocado de maçã, recolocar a máscara no lugar mais comum destes dias e de imediato me jogar no atendimento ao balcão e ir ouvindo o que o cliente tem a dizer. Enquanto retribuo o 'bom dia!' vou dando cabo desse bocado e a máscara veda a visão que o cliente teria, digo eu aquela nojeira que, em termos sabedores, é apelidada de bolo alimentar, e assim já não. Pois. Nojo. É. E é assim – por vezes mais veloz - a minha vidinha de balcão.

pois, pois é, pois foi, pois sim, pois não

Distrai-te, ó Gina! 👀

com filtro 'literário' 👀
com filtro 'nitidez' 👀

sobrancelhas alinhadas e buço limpo é para tapar

quinta-feira, 25 de março de 2021

Dia de (não! disseram na Rádio)

Hoje é dia de Gina. Foi o que disse a senhora, ao telefone com a colega, que eu estando, é dia de Gina. Significa que é dia de a Kat se enfiar no tambor da máquina da roupa, de tímida e medricas que é. Diz a senhora que a bicha-gata se lá não enfia em mais ocasião nenhuma senão quando lá vou. Dia de Gina, emoji sorridente aos bués, assim: 😁 Ah, e temos, portanto e afinal, eu e a Kat, todo um ritual, emoji sorridente e bué corado de feliz que está, assim: ☺️ Ah, outro ah, acho que já contei isto do enfiamento no blogue, mas vá, emoji irónico e a não querer saber disso pra nada ou lá que é, assim: 😏

Distrai-te, ó Gina!

que horas são

meio-dia 🕛
que linda borboleta branca
que vai na rua
que só tem um sentido
que escolheu o bom sentido

até parece

não tenho ouvido o piar dos passarinhos pela manhã - têm-me acompanhado na tristeza 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Quadro

A última cliente do dia tinha um quadro enorme à entrada de casa. Era um tanto ou quanto abstrato, mas consegui perceber umas partes bem vermelhas. Lembrou-me papoilas. Vivas, presentes, apesar da penumbra. Tudo a ver com a Primavera já sentida e instaurada no próprio calendário, e apesar da penumbra, pois. Assentava no móvel uma moldura com o desenho de uma pistola, bem como dois bibelôs em forma de porco, focinhos meio que no chão, em pose de cão adorável. Contrastavam vivamente, portanto, e muito.

Lisboa, Lisboa

Desabafo

«Obrigado a quem me atura quando preciso desabafar!», vi eu no Instagram, em concreto: no feed da Rádio Comercial. Falando de desabafos mas seguindo no sentido contrário, ouço-os aos bués. Osso do ofício, dizem. O balcão desmultiplica os de dentro e encoraja os de fora, digo.

Sonho

Sonhei que estava aflitinha para fazer chichi. É um clássico, já sei, eu estava aflitinha na vida real, daí o sonho descer. Mas, seguindo com o sonho: eu vinha da rua e a aflição era tanta que pensei pedir à vizinha do rés-do-chão que me deixasse livrar da aflição chez elle. Os incríveis estão não só no facto de, no sonho, eu não ser capaz de aguentar subir três andares para me livrar chez moi, como, na verdade, aquela vizinha não mora no rés-do-chão, é, inclusive, ai a porra das vírgulas, uma vizinha que deixou de ser minha vizinha vai para muitos anos. Voltemos outra vez ao sonho: ansiosa, fiz o meu pedido e ela consentiu, sei lá se por mor da ansiedade, se pela aflição, se por ambas as aparências. Entrei então para uma divisão ampla, que unia a cozinha e a sala, envidraçada nas quatro paredes. Da soleira da porta percebi a bancada no lado esquerdo e, por trás, uma sanita. Estranheza? Bués, mas oh que bués! Privacidade? Zero, mesmo nada, se afinal, a bancada, ai a porra das vírgulas, tapar a sanita é que não tapava. Alívio? Não me lembro.... Quero dizer: no sonho não me lembro, que depois disto tudo, acordei, levantei-me e vai que então é que.

terça-feira, 23 de março de 2021

Chá de perpétuas roxas

Três perpétuas a fazer de trigémeas, aí abaixo, na foto. As perpétuas podem ser várias, o perpetuamente é que não ajunta. Este 'ajunta' parece-me despidinho. Pensei ajuntar o 'mais' mas seria mais do mesmo e hoje não estou com apetite às redundâncias.

Lisboa, 23 de Março de 2021

Hoje sim, já considero que a árvore amarela tem folhinhas novas, que já lhes vejo laivos de verde.
Está então considerado, mas acrescento coisas, que de ontem são.
Ontem, por conta da aleatoriedade que é a minha vidinha profissional, passei três vezes ao pé da árvore amarela. Perscrutei as folhas, buscando o verdinho, e foi que não. Nada disso, ó Gina, disse-me a árvore amarela, troçando. Oh. Tive vontade de lhe agarrar o tronco e abaná-la tanto que aquela espécie de folhas oscilariam. Jamais oscilariam, porém, bem sei, a solidez costuma estar na base.

Lisboa, Lisboa

Há montras que mantêm os enfeites natalícios, coisa que até parece pertencer à tragicomédia. Bom, a vida por vezes é um bocado teatral, lá isso. No mesmo espaço comercial passei pelo lugar da musa. As cadeiras transparentes foram postas num canto, debaixo da escada que acede ao andar superior. Esperam dias com restrições não tão severas como as do presente. Ver as 'minhas' cadeiras transparentes fez-me sentir nostalgia, perda, desesperança. Foram sentimentos aparecidos por conta da existência do lugar da musa, não do tempo AP (Antes da Pandemia).

Sonho

Sonhei que o bicho-cão tossia aquela tosse esquisita e que ia mirrando por não lhe entrar ar, só sair. Um suplício, mais para ela (sim, é uma cadela) do que para mim, mas sim, também para mim, afinal o sonho era meu. Acordei sem mais e pensei que, sendo o sonho com os ricos filhos, logo me levantaria para ver se estavam bem. A (minha) comparação por entre maternidade e tutora de um canídeo reside somente aqui, id est: no lembrar que 'sendo com os ricos filhos eis que'. Depois, prossegui sonhando. Sonhei que o rico filho tinha vindo cá a casa e havia posto o pijama e perguntado se podia comer os bifes de frango connosco.

1, 2

Gina aproxima-se de passadeira quando vem de lá automóvel em faixa contrária por estar em ultrapassagem a autocarro. Por princípio, principiou Gina, condutor de automóvel não notara que autocarro abrandara por conta de (outro) automóvel circulando bem bem bem lentinho. E temos então Gina em perigo, se afinal condutor de automóvel vinha em fúria por modo a ultrapassar, espaço encurtando e tal tal tal. Houve, portanto, 1: travagem brusca, 2: avivamento em peito de Gina.

Resposta

Quando no Instagram vi a pergunta:
«O que estiveste a fazer antes de leres este post e o que vais fazer imediatamente depois?»
Respondi que:
«Antes: comi sopa. Depois: vou lavar os dentes.»
Porque foi o que foi e seria o que foi. Mesmo. Entretanto, na mesma resposta, acrescentei que:
«De repente até parece um bocado parvo, ou lógico ou óbvio, mas é sincero. Bem, antes lógico ou óbvio, lá isso...»
Era já noite quando ocorreu este evento social, daí o comer da sopa e o lavar dos dentes. De lá obtive um 'gosto'. Obter somente 'gostos' não é desprezível por parte de quem no-los oferece, é, sobretudo, prova de vida.

Lisboa, Lisboa

ros-á-zul

sábado, 20 de março de 2021

Loures, 20 de Março de 2021

Há decerto ziliões de flores iguais a estas
Há decerto milhões de fotos iguais a estas
A Primavera chegou hoje ao calendário

sexta-feira, 19 de março de 2021

É tão bom não ter apetite como comer acompanhada de um bom apetite.

Como uma maçã sumarenta e o pingo escorre do nariz. Quando no finalzinho, o pingo abunda, qual rio. E a maçã tapou a fome, claro.

Copiar é bonito e bom.

Um cliente recomendou-me que afundasse um pouco o corte nas chaves, que por vezes a perfeição não é lá grande coisa. Adivinhei-lhe logo um conhecimento empírico na matéria, como é óbvio, mas neste caso copiar é bonito e bom, portanto: copiei.

Estibordo e bombordo são opostos.

De repente notei mais uma árvore descabelada na praça mai linda de Lisboa. Fiquei contente com a descoberta mas não me certifiquei se estará o descabelado das duas em conformidade com o mesmo lado de onde terá soprado o vento.

Fixei a frase que fixei no título porque enquanto ia pensando nisto dos ventos lembrei-me dessa oposição.

Folhas e folhinhas.

Quando digo que as folhas da árvore amarela ainda não despontaram, quero dizer que ainda se não vê verde, o que não quer dizer que se não vejam folhas. Vêem sim senhoras e senhores, mas são acastanhadas e, de onde brotam, brotam em tão alto número que se aglomeram. Portanto, como verde nessas, nem vê-lo, não as considero com tendo nascido.

Lisboa, Lisboa

Ia o ano 2020 ainda no seu efectivo quando comecei por ver contornos desenhados no chão em algumas das áreas que circundam o estaminé. Estão sobretudo aos cantos, fazendo as vezes de placas divisórias, dispuseram inclusivamente uns vasos largos e algo rasteiros em cada canto, brotando já, de alguns, umas plantinhas. Andam, por estes dias, finalmente, oh glória terrestre, a pintar os interiores dos desenhos. É uma data de gente, os que andam a pintar, cabos extensíveis, rolo enfiado na ponta e vai disto. Não cheira a tinta, cheira a diluente. Ou então sou eu que tenho nas entranhas aquela questão droguista, já que o sou há tantos anos, vou até à base, e a base desta tinta é... Pois, diluente. Precisamente. Gosto do resultado. Gosto mesmo muito. Gosto das cores escolhidas, são todas fortíssimas. Não será de estranhar a intensidade das cores escolhidas, aquilo é para pisar. Alguns dos desenhos já secaram e sim, claro que já pisei aquela merda, né, atão, ora. Não estraguei, não me pus para ali a arrastar os pés nem nada disso, qual quê. Nem conseguiria, né, atão, ora, pluma que sou...

Nomes

Há meses que o meu documentozinho do coração a modos que amalucou. Um dia não consegui editá-lo, perguntando-me o computador se queria abri-lo só para ler, o que aceitei com algumas reservas. Depois os meus textos rascunhados encheram o ecrã e testei o sistema, digitando uma macacada qualquer. Fechei-o, para logo depois o computador anunciar que o guardaria, intitulando-o de 'Sem título1', e quereria eu e tal título, e vai que disse que sim, receosa de perder as minhas coisinhazinhas, umas preparadas para figurar na blogosfera, outras meio que desalinhadas ainda, outras incipientes. Ademais, eu bem sei o quanto um nome pode ser somente! um nome, se afinal um! nome não é de todo o! nome. Ora isto tudo aconteceu uma catrefada de vezes. Pelo meio percebi que nem conseguia eliminar aquela porra. Entretanto, sei lá que voltas dei ao documento original, nunca mais o consegui abrir e também não percebia por que raio não dava sequer para mudar o nome ao tal 'Sem título1'. Ora, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, nem todos os meus posts são imediatos (daí os desalinhos e incipientes ditos acima), faz parte da minha vida de blogger escrever ao longo do dia e passar para uma pen ao fim do dia, para, em casa, despejá-las no lbogue... ai perdão, blogue. E o que na sequência aconteceu foi que nem da pen eu conseguia eliminar os documentos ou tampouco alterar-lhes os títulos (pus-me no plural porque entretanto havia ficado com dois, como espero que dê para perceber, pelo menos estou a esforçar-me aos bués) e era copy-paste daqui e dali e de todo o lado e nada de ver a minha obra acabada.
Bom.
Então.
Até um dia. Pois. Um dia lembrei-me de fazer esse trabalhinho no PC de casa. Consegui.
-   o h   p o r r a   -
Ao momento não tenho documento nenhum com um nome que não tenha sido eu a dar.

Pius

Os piados começaram às cinco e doze, lá estavam eles, os passarinhos, aquecendo o aparelho vocal. Logo mais calaram-se mas não registei a que horas. Terão decerto dado início ao concerto mas não percebi quando. A foto abaixo é de um bocado de tempo depois disto tudo. Tem estado um solinho deleitoso nestes últimos dias - pessoa que é pessoa expõe opiniões meteorológicas, lá isso é. Eu neste post expus até as temporais, lá isso foi.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Sonho

Sonhei com muitos porcos. Muitas varas de porcos, pretos e pequeninos. Iam para o matadouro por caminhos que eram túneis feitos de plástico. Eu observava-os de cima e em certa altura os porcos eram tantos a quererem enfiar-se nos túneis que asfixiavam e chegavam ao matadouro já mortos.

Rasar

Grande prova de desconfinamento foi o voo rasante que senti há pouco quando circulava ali para os lados do Aeroporto. Rasante e sonoro, oh porra.

Pius

Antes de ser dia já passarinhos cantavam. Parte de mim reconhece que eram meros piados. Era o despertar, vá. Mas isso era há pouco, agora cantam.

quarta-feira, 17 de março de 2021

'numa' e 'unam' são palavras que usam as mesmas letras

Printemps

Se 'print' é 'imprimir' e 'temps' é 'tempos', resulta isto então em tempos de impressão colorida campos, jardins e canteiros afora. Primavera. Hum. Pois. Latim...? Pá, 'magnum verus'...? Ora bem, inventar posso eu.

Duas letrinhas - guê e i - repetidamente

Só tenho que fingir que as coisas não me atingem se as coisas estiverem realmente a atingir-me. Fingir. Atingir. Gina. Sogiso.

Postigo

Lojas de roupa com venda ao postigo? Sim, claro, hoje contei quatro em Lisboa. Portanto: por ora os provadores são em casa. Lado bom: movimento por prazer. Lado mau: não obter prazer algum.

Lisboa, Lisboa

'Higiene podal' é, para a mioleira curta e estanque, 'lavar os pés'. Vi uma tabuleta com a 'higiene podal' inscrita e lembrei-me do que acabastes de ler. É bom ter um blogue, parece que se vive, parece que a mente se desdobra, e só em coisas boas, parece, inclusive, que se lê o que aqui se pode ler.

Lisboa, 17 de Março de 2021

A árvore amarela ainda não tem folhinhas.

Todas as árvores da rua mais bonita de Lisboa têm folhinhas. São vinte e seis. Treze pares em frente-a-frentes.

Lisboa, Lisboa

terça-feira, 16 de março de 2021

Lisboa, 16 de Março de 2021

A árvore amarela ainda não tem folhinhas novas.

Das vinte e seis árvores que estão na rua mais bonita de Lisboa, vinte e cinco têm folhinhas. Nestes dias apareceram então as folhinhas a cinco delas.

Lisboa, 16 de Março de 2021

Estamos nas primícias do desconfinamento e Lisboa está igual ao antes. Os números do tempo que levei neste percurso e paragens são giros pra caraças

- 01:01:01 -

segunda-feira, 15 de março de 2021

Post nevado

Em cada Inverno descubro que tenho pernas.

Das vinte e seis árvores que alindam a rua mais bonita de Lisboa, vou contar-vos delas aos pares, pois que estão em treze frente-a-frentes, isto no sentido de registar quais têm folhinhas novas e quais é que não:

4 de Março de 2021
as primeiras – ambas têm;
as segundas – nem uma nem outra;
as terceiras – a do lado direito tem-nas, a do esquerdo não;
as quartas – nenhuma tem, mantêm aliás bastantes folhas antigas em seus ramos;
as quintas – a do lado direito tem, mas poucas, a do esquerdo não;
as sextas – a do lado direito tem, a do esquerdo não;
as sétimas – a do lado direito tem, mas ainda muito pequerruchas, a do esquerdo não;
as oitavas – a do lado direito não tem, a do esquerdo tem;
as nonas – a do lado direito não tem, a do esquerdo tem uns botõezinhos quase imperceptíveis;
as décimas – nenhuma tem;
as décimas primeiras – ambas têm uns botõezinhos ainda mais pequerruchinhos que a nona do lado esquerdo, e ambas se assemelham em quantidade de botõezinhos;
as décimas segundas – a do lado direito tem, a do esquerdo está engraçadíssima porque tem folhas novas e também das antigas;
as décimas terceiras – ambas têm

10 de Março de 2021
as primeiras – igual ao dia 4;
as segundas – a do lado direito tem, a do esquerdo não;
as terceiras – ambas têm;
as quartas – ambas têm;
as quintas – ambas têm;
as sextas – igual ao dia 4;
as sétimas – igual ao dia 4;
as oitavas – igual ao dia 4;
as nonas – igual ao dia 4;
as décimas – a do lado direito não tem, a do esquerdo tem;
as décimas primeiras – igual ao dia 4;
as décimas segundas – igual ao dia 4;
as décimas terceiras – igual ao dia 4

nota um: fiz as contagens descendo a rua, não subindo-a
nota dois: se numa próxima visita encontrar todas as árvores com folhinhas novas, então este caso cessará, uma vez que, em termos de aparecimento de folhinhas, todas as árvores estarão em pé de igualdade, já que por umas terem mais do que outras, não as faço maiores em nada
nota três: no dia 4 apareceram folhinhas a catorze árvores, no dia 10 juntaram-se-lhes seis, resultando num total de vinte
nota quatro: hoje é 15 de Março, bem disse eu que vinha fora de horas tratar deste caso

hum, ok, vá 😅 😴 💤💤



números

este é o post 9500 - raras vezes contêm somente criações que não minhas
há 1900 comentários - metade são as minhas repostas aos comentadores/leitores

não há coragem sem antes ter havido medo

li algures e achei que sim, em intentos cá dos meus, é de valor que:

«não passa por mentalizar-me que arrisco falhar, passa por preparar-me para falhar»

pode (também*) ser contraste gradual de coloridos
a notar: pontos de luz abastecidos por pilhas



domingo, 14 de março de 2021

Gina, numa relação com o supermercado.

Gosto de comprar sabonetes. Gosto tanto que tenho pena de ser um consumível de longa duração. Desta vez comprei cinco – ai, fui cá uma destravada, pá! - dois de setenta e cinco gramas, dois de cem gramas e um que faz de champô, pesando ele próprio sessenta gramas e que é apelidado de champô sólido. Em tempos, champôs sólidos havia somente numa loja a modos que apaneleirada, enfiada num centro comercial, e agora já se encontra nos supermercados. Todo o artigo que deixe de ser especial ao ponto de (também) já se vender em supermercados, passa a corriqueiro – não que isso seja depreciativo, óbvio, mas, corriqueiro, fica. Bom, mas os sabonetes. Dois, os mais pequenos, são portugueses, um de leite de burra e outro que diz ser aromático. O que diz ser de leite de burra, sei lá eu se é ou então não, o que se diz aromático não revela qual o! aroma que de si emana, e eu queria muito saber. Dois, os outros maiores, são franceses, um cheira a rosas, o outro a limão e verbena. Lá no finalzinho deste post vai estar uma foto que tirei a um sabonete desta marca e que está, por ora, a uso, cujo cheirinho é lavanda. Pá, uma pessoa gosta de variar.

Entretanto, de outras comprinhas, nada encontro que valha a pena estender no blogue. Comprei cebolo, é verdade, vem num saco compridão, uns quatro ou cinco caules. Gosto daquilo, fica-se num meio termo qualquer, não é isto nem aquilo, quero eu dizer que não é cebola nem alho-francês. Sei lá, às vezes há alimentos que fazem um papel não imediato, não vivaz. Contudo, têm um papel – dão sabor e corpo, como outros mais vivazes. Mais capazes. Sou um caule de cebolo, eu. Pronto, gosto.

Este post é um dos da gama 'Gina, numa relação com o supermercado', todavia diferente porque lhe acrescento um vídeo, que é inédito. Ressalva: o acrescente é inédito, o vídeo não. Há tempo vim para aqui dizer que Mr. Google isto, Mr. Google aquilo, que gravava os meus percursos por Lisboa, ó pá tóin xiru qu' isto é! e mais não sei o quê. Pois bem, gravei o meu percurso desde que escolhi o carrinho, continuando dentro do supermercado, terminando quando larguei o carrinho, e a gravação pode ser vista no vídeo abaixo. É uma loucura. E, embora as linhas se desenhem rectas, entontece uma beca. Ah, falta só dizer que o vídeo não é da mesma visita que o texto que acabastes de ler.



Olá! Ainda cá venho para registar este espanto todo:
Do que é que eu estaria à espera pondo o telefone em cima do banco? Que numa curva mais apertada o pobre fosse até ao chão, óbvio! Bai da uei, ou então não, desconheço como alinhar o vídeo e a foto. O vídeo não sei como deslocar, embora saiba como se deslocam as fotos, podendo esta obedecer à linha do vídeo, pois, só que quando a isso a forço, este parágrafo põe-se à direita e fica difícil de notá-lo, para além de ficar feio pra caraças. De maneira que, pronto, fica assim, desfasado, afinal de contas eu própria sou desfasada. E um cebolo. Pois.

gradação contrastiva de coloridos

primeiro aparece o amarelo que contrasta mais que o branco na taça branca
segundo aparece o vermelho alaranjado que sobe, vamos dizer que, três tons
terceiro aparece tudo ao molho, afinal somos da mesma galáxia, ou lá que é

sábado, 13 de março de 2021

Das fotos

Tenho todo um post, e todo um post significa um post enorme, para construir. O título já indica que vou falar de fotos. Tenho no meu telefone uma catrefada de fotos, umas antigas, outras de ontem, sendo que as antigas têm duas semanas, o que, visto pela perspectiva DI (Depois da Internet) as faz parecer caquéticas. Ora bem, vou descrevê-las uma a uma como me aprouver, pois, em caso contrário, porra pra isso. Afinal, né, atão, quem manda, quem é? E aprouve-me colocar o texto sem o intercalar com as fotos – gosto de ver o blogue cheio de letras que fui eu que agrupei. Ah, é verdade, todas as fotos têm em comum o tema 'luz', e nem só de luz solar falam. Aliás: somente a primeira foto não apela à luz solar, as demais fazem então esse apelo. Acrescento, ainda, oh porra qu' isto nunca mais acaba!, que a apresentação é por ordem de cronológica. Ah, esperem, outra coisinhazinha importante: nenhuma das fotos tem filtro. Se bem que a primeira a modos que tenha, vá. Pois. Ide ler. Me – ler-me.
a primeira foto
Encontrava-me na cozinha, disposta a gravar um vídeo cliquei na opção 'pontos de luz' que a câmara do meu telefone tem. Não saiu um vídeo, antes uma foto deveras clara, quase sem outros pontos que não de luz. Não foi a primeira vez que cliquei ali, só que já não me lembrava o que produz, e o que produz já em vezes anteriores achei desenxabido e, até, quanto a mim, estéril. Pode ser interessante em outras circunstâncias, outros cenários, outros propósitos. E eu vou esperando isso, claro.
a segunda foto
Olá, este é o meu espelho. É o mais pequeno. É o dourado por excelência, ou não estivesse eu em post luminar. Em toda e qualquer manhã que eu viva nesta divisão - e vivo-as todas porque afinal estou viva e moro aqui - que me não dê ganas de fotografar esta minha peculiar parede. Pode até nem estar sol, mas a parede brilha na mesma.
a terceira foto
Estas flores delicadíssimas são encantadoras. Se pela delicadeza lhes faço chegar o encanto é que não sei mas sei que o bom disto é que não é preciso saber. Mesmo. Então, neste dia, quando avistei a boniteza, quis logo fotografá-la, contudo desisti, de seguida retomei a vontade, voltando atrás para clicar. Foi também, e muito, pela sombra no lancil que dei lugar à vontade.
a quarta foto
Esta parede está nada longe do local do clique de que falo acima. A sombra que se vê na parede é a folhagem do abacateiro. Sim, o abacateiro que vive sendo exposto no blogue há anos. Não são muitas as vezes que tenho encontrado esta perspectiva, com o sol vindo de onde vinha e tal e tal. Eu até passo ali muitas vezes mas quem sabe andasse distraída.
a quinta foto
Ah, Lisboa, Lisboa! Quando notei este arbusto (ou árvore, ou uátéves) pensei na frase «Primavera espreitadora» porque julguei que a Primavera espreitava. Entretanto, este clique já está no blogue, mas filtrado. Tenho dois espécimes que filtrei do original, dupliquei-o para num deles escrever «ça sufitt», pois que já era suficiente, já.
a sexta foto
Olá, esta aqui sou eu, ah! Ah! Não há muito a dizer. Para além de dizer que as sombras me alongaram os membros inferiores, não há.


sexta-feira, 12 de março de 2021

Graminhas

O telemóvel do nepalês da frutaria emitia anúncios em inglês e ouvi a palavra 'pilow' metida aqui e ali. 'I want my pilow' ou 'get your pilow' ou lá que era. Ri-me da abundância e contagiei o nepalês. Presumo que ele sabe traduzir tão bem a pilow para a sua língua como eu para a minha mas, porém e contudo, presumo também que desconheça o trajecto nepalês → português e, cheia de atenções sinceras, revelei: «Em português, pilow é almofada.» Repetiu: «Al-mó-fá-dá.» Repeti, por minha vez, não só para o corrigir como para marcar na sua memória a parte fono-não-sei-quê da almofada. Repetiu, ainda, melhorando. Não é a primeira vez que lhe mostro traduções não solicitadas, nem me proponho para que tenha sido a última. Não é a primeira vez que, no seguimento de uma qualquer dianteira que eu tome, logo me ponha sozinha, tampouco aqui me proponho para que seja a última. Pus-me então sozinha e dispus-me a pensar na 'montagem' da almofada, decidindo-me por: pouso a cabeça e deixo a alma com a fada. Se pensar no pousar da cabeça para dormir, então a ideia fica a modos que com textura e sabor agradáveis. De nada, ora essa. E boa noite, já agora.

mil quatrocentos e quarenta e cinco laranjas
seiscentos e cinquenta gramas de batatas-doces
novecentos e cinco gramas de bananas
oitocentos e cinco gramas de cenouras
novecentos e cinquenta gramas de maçãs
duzentos e setenta gramas de abacate (singular, por ser um)

Lisboa, Lisboa

A avenida tem agora meia calçada preenchida por placas de betão. Ou meros mosaicos para pisar, vá. Pavimento acinzentado, aos recortes - talvez assim soe melhor na mente de quem lê, mesmo que só eu, daqui por meses. Mas, porém, com tudo e não o bastante, o que eu queria mesmo vir dizer é que já posso usar os meus saltos agulha sem que os intervalos das pedras da calçada me travem abruptamente a passada. Não é? É. Tenho um par desses na sapateira. Ainda lá moram por teimosia, vai em mais de uma dezena de anos que os não enfio e ostento. Quero dizer: há mais tempo que os não ostento do que os não enfio, e digo porque às vezes dá-me ganas de ver como era que parecia e que me sentia. Depois, levada pelo desgosto de 'já não', remeto-os à sapateira. Confino-os, vá.

Deixou ficar

Das vezes em que a minha viatura esteve ao serviço do rico filho, foram raras as que não aconteceu, pelo menos um 'olha, o rico filho deixou ficar isto aqui'. Ora bem, o último 'deixou ficar' é, precisamente, o papel que testemunha e prova a permissão para andar aí, mundo afora, por questões profissionais, ainda que estejamos (por ora, mas quase quase quase a não estar) em confinamento. Já lhe liguei. «Ah, não te preocupes, mãe, já imprimi outro.» Então pronto, não mais me preocuparei. Tampouco com a viatura dele, que a colocou também no saco do 'não te preocupes, mãe', firmando que o arranjo deu conta da avaria que levou a este serviço/empréstimo. Ele é viatura para aqui e ele é viatura para ali - tudo corre, portanto, sobre rodas.

Antigas aos bués

Nas últimas semanas tenho contactado com facturas antigas aos bués. Facturas antigas aos bués só pode resultar em preciosidades de tais bués que me vejo forçada a fazer um registo, não negando de todo a eventualidade de outros se lhe juntarem, que é lá isso. Ora bem, um dos fornecedores do meu antigamente mais antigamente que há tinha nas suas facturas, impresso em azul esfumado: uma misturadora de banheira, uma bicha, um chuveiro e um suporte. A misturadora e o suporte assentam numa parede imaginária, podendo - neste caso: eu - imaginar que azulejos brancos e baços de dez por quinze forram essa parede. Imagino assim porque a parede que recebe a minha misturadora e o meu suporte é assim. Já a bicha e o chuveiro, esses estão no ar, como é, aliás, costume chez moi.

Meia dúzia de anos

Inicialmente as chávenas eram seis. Dessas, levei metade para o estaminé. Um dia, uma partiu-se devido ao choque quente-frio, havia-a metido debaixo da água fria quando ainda estava bem quentinha. Entretanto, e num dia antes desse, o meu colega ofereceu um café à carteira, que elogiou em muito a forma das chávenas, e foi tanto o entusiasmo que lhe ofereci duas para levar para o Brasil, quando lá regressasse. De resto, restam duas. Quem no-las ofereceu foi o magnata deste pedaço de calçada, mas não gostamos lá muito de beber por elas. Claro que no-las ter oferecido um qualquer badameco não faria com que gostássemos mais, ou menos, de beber por elas, apelando ao 'magnata', o que quero é registar quem se dedicou à oferta sem nomear esta ou aquela pessoa. Isto porque, eu deixando escrito que foi o magnata, daqui por meia dúzia de anos lembrarei imediatamente a quem hoje me refiro. Se este não-gostar pesou no lembrar desta oferta, é o que, de resto. quereis saber, já sei. Pois bem: pesou. Pesou em poucochinho, mas pesou.

Dias de um Ginásio online

A Rita viu a minha cadela através da câmara do telefone e disse que eu tinha ali uma bela almofada.
Intitulei como intitulei este post, mas venho falar de exercício fora do online, embora a minha cadela continue in the subject.
Para mexer - mais! - o corpo, sempre que passeio o bicho-cão uso as escadas em vez do elevador. Pá, pronto, não quero que o fulcro esteja no facto de eu! preferir as escadas, mas que o! bicho-cão ponha no focinho uma expressão que é do mais pesaroso que lhe vi até hoje - orelhas jogadas para trás, desmaiadas, olhos mortiços, rente à tristeza, e não tem é focinho que chegue para descair os cantos das beiças, quando não, lá chegaria, tamanho o pesar que lhe vai no cérebro canino. No seu modo de pensar, traduzindo para humano, deve estar assim: «oh, ó dona, a sério que temos que ir pelas escadas?!» É que ela trava, até, a marcha. Só não senta nem faz finca-pé por respeito ao posto de comando.

quinta-feira, 11 de março de 2021

quarta-feira, 10 de março de 2021

Lisboa, 10 de Março de 2021

A árvore amarela ainda não tem folhinhas. Mas quase. Já lhas adivinho. Das árvores da rua mais bonita de Lisboa, umas têm folhinhas, outras não. Tenho duas exposições a fazer, de dias diferentes, que aparecerão no futuro deste blogue.

78

setenta e oito assuntos retirei eu do meu caderno, o qual abandonei há duas ou três semanas
ando agora a preencher um daqueles fininhos, que já descrevi no blogue, tanto o dito como um outro, que comprei um par, e, inclusive, a compra, que foi... tcharan!!! na papelaria do primo! pois! ah!

Sonho

Sonhei que me deslocava com destino e ia encontrando encruzilhadas. Escolhia o percurso e, em certas escolhas, encontrava-me com pequenos animais que marinhavam por mim, mas sem aleijar e até como que com reconhecida amizade. Em sonhos, ando toda eu muito dada a animais, ai ando. Ontem foi o que foi, anteontem foi cobras de enormíssimas dimensões mas não quis pormenores no lbogue... ai perdão, blogue. Já agora imito-me ao post de ontem e deixo foto que oferece dúvidas, como as encruzilhadas.

terça-feira, 9 de março de 2021

Sonho

Sonhei que já era Natal e que o Miau não tinha uma Árvore para 'desmontar'. Era vê-lo no canto, em modo procura. Li-lhe no semblante uma certa desorientação. O que vale é que há vida para além do sonho, não tarda está aí o Natal vinte-vinte e um e vai haver Árvores de Natal em todos os cantos do mundo.
Deixo foto de peça natalícia, embora de nenhum valor, quando prestes a entrar no contentor do lixo orgânico. Foi uma viagem acompanhada, a pequena almofada de tecido grosso foi na mesma leva. Parece uma coisa tola, né? 'pequena almofada de tecido grosso', mas é o que era. A peça foi para o orgânico porque não é vidro nem metal nem plástico. Vai daí, sobra o quê? O orgânico. Às vezes há uns contentores que arrasam completamente qualquer dúvida, dizem-se 'indiferenciados'. Dissesse este meu de aqui ao pé de mim e este post estava mais curto. Mas a peça:

segunda-feira, 8 de março de 2021

Área

A minha casa, em passos, tem quinze por vinte. Medi-os eu, há bocado. Lembrei-me.

Insustentabilidade(s)

A máquina da louça tem as dobradiças sem força e a porta não se sustém, se a meio da viagem abre-fecha a deixo. Esta questão obriga-me a atentar seriamente no electrodoméstico, olhar para baixo, logo eu, tão do, e no, ar.

Rituais com felinos

Eu e a Kat temos todo um ritual - não temos, precisamente, ritual nenhum porque ela é demasiado avessa a interações com humanos para me dar abébias nesse sentido. Vai uma festinha ou outra, e de curta duração, e já não se está mal.
Eu e o Kit temos todo um ritual - na altura de aspirar o chão da sala coloco o túnel em cima do sofá e ele sabe que está na hora de lá se enfiar. Não é que o tenha ensinado, é é assim que acontece desde sempre.
Eu e o Miau temos todo um ritual (que estou para contar no blogue há que tempos) - quando vou para limpar as taças, a da comida sempre tem umas quantas pepitas. Deposito-as na bancada e o Miau, mais pelos sons do que pelo cheiro, sobe e põe-se a comê-las.

Voltinhas sem futuro

Rodopiei num carrossel virtual que publicitava vestuário no Instagram e, julgando que os passar-de-dedo seguintes me mostrariam shots com modelos diferentes do primeiro, eis que nada disso, eram o mesmíssimo modelo em outras cores. Sete ou oito imagens em que só muda um itenzinho de nada, perfeitamente dispensável. Tipo: a cor. A cor: qual o interesse? Não se faz.

Atenções

Um dia, a luta de atenções será tão renhida que os ecrãs vão poder 'dizer' que estamos mesmo! a olhar para lá, não mais gerando, portanto, receita só porque clicámos e nos fomos dali, deixando os conteúdos a correr sem os visionar, isto porque queremos ajudar quem os preparou. É meu costume, em certas vezes das que estou na minha hora de ver vídeos e vem de lá a publicidade, calhando ter que me ausentar - para, só a título de exemplo: desligar o fogão - deixo correr. O mesmo acontece se decido que está na hora de deixar os visionamentos de parte por um tempo, quando o vídeo termina deixo correr as publicidades, pois, por longas que sejam, pouca diferença me fará. Isto só não é bom para quem preparou a publicidade, bem sei, por isso é que me lembrei de vir dizer ao mundo que um dia, a luta de atenções será tão renhida que os ecrãs vão poder 'dizer' que estamos mesmo! a olhar para lá.

O gesto e o truque

Há aquele característico gesto das/os youtubers de colocar a mão atrás do que pretendem focar, sendo que, geralmente, o objecto a focar é piriri e, quiçá, daí advenha a dificuldade na focagem e, por conseguinte, o truque da mão. Sim, sim, ai a porra das vírgulas, pois é. Não sei explicar o lado técnico da questão, mas sei o que vejo - põe-se a mão por trás e a câmara foca imediatamente. Ora bem, há pouco usei o truque para focar as florzinhas do meu manjericão. Já no outro dia o fotografei, captando a união com o abacateiro (querendo, é ver aqui). Desde esse dia as flozinhas cresceram um bocado e o dia de as registar é, então, este. 

era cor-de-laranja, eu é que a pus diferente

registo

gosto, e não é pouco, do destaque à literatura

dia internacional da mulher (e não era preciso dizerem na Rádio)

Cortes & Graminhas

Enquanto cirandava pela frutaria, afastei tantas vezes a franja dos olhos que o nepalês me aconselhou fazer um corte de cabelo igual ao dele, o qual, se não é pente zero, não está nada longe. Revelei-lhe que às vezes penso nisso e que um dia ainda hei-de mandar fazer uma cabeça assim, que há-de ser um descanso. Dantes o nepalês tinha rastas e, ouvi o Xano contar que 'foi o médico que o mandou tirar aquela merda, estava a pô-lo cheio de doenças'. Bom, eu cá, em cabeça de rastas é que me não vejo, não.

mil quatrocentos e trinta e cinco gramas de laranjas
mil setecentos e setenta e cinco gramas de maçãs
oitocentos e sessenta gramas de bananas
cento e quarenta e cinco gramas de cogumelos
seiscentos e quarenta gramas de cebolas