Cheguei à hamburgueria equipada à motard de Inverno e, como queria retirar aquela enchumaçalhada toda para comer sem travões nos movimentos, toca de. É verdade que retirar luvas, capacete, casaco e passa-montanhas não choca o comum dos seres humanos que possam estar presentes em espaços públicos (já vivi cenas como esta várias vezes, já). Quiçá deslumbre, «caraças, estes gajos das motas, com este frio...» ou então encoraje a fazer o mesmo, afinal aparentamos sempre um contentamento incrível. Já despir (leia-se retirar) as calças podia ser uma vergonha, lá isso, mas considero o desplante até ao rubro (eh pá, ca trocadilho tóin xiru!) para a esquecer, coisa que geralmente consigo. Entretanto acrescento que a porra das calças enchumaçadas não se deixam retirar se eu me mantiver calçada. Pois. Então vai que, desta vez, consegui todo um aparato no interior do espaço. Bom, foi precisamente no meio do despe-e-descalça que ouvi falar em sopa. Sopa?!
(Ó Gina, qual é a tua comida preferida?){Sopa, pá! Sopa!}
Há sopa? Tem sopa?! Sim, naquela hamburgueria há sopa. Havia só uma sopa, até. Ou a fazem em pouco, ou a vendem em muito. Em conclusão: sou portanto uma pessoa que se despe sem pejo e come alegremente quando em público. (É, tenho muita dificuldade em manter amigos, tenho.)
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