No lugar da musa há doces vários. Um dia desses, acompanhada pelo meu colega, eis que a este lhe apetece um docinho, que, generoso como só ele é, partilhou comigo. Pelo que me lembro era um pastel de nata desconstruído e lamento não lembrar os pormenores, que ficávamos - nós todos, quero eu dizer: a blogosfera - com um post do caraças, só que não. Por junto, o dito doce trazia um papelinho estampado com um elétrico de Lisboa. O amarelo da Carris, esse mesmo. Tem estado aqui estes meses todos, esse papelinho, a ver-me escrever. De vez em quando olho eu também para ele, lembro-me dos sabores do pastel de nata – na minha cabeça a predominância pertence à canela e ao limão – e escrevo coisas no lbogue... ai perdão, blogue que obviamente nada tiveram, até hoje, a ver com a circunstância que acabei de descrever. O papelinho está apoiado em três ésses, que por sua vez estão apoiados na quina do expositor que se opõe à minha secretária. O papelinho é terminado por dois palitos que vinham espetados no docinho. O papelinho tem duas faces que não são diferentes e por isso o honram. O papelinho, já vimos, tem olhos para me ver escrever, palitos para se apoiar, faces para ver os dois lados que a vida tem.
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