quinta-feira, 28 de maio de 2020

Material cirúrgico

Doravante chamarei mascaralha à máscara cirúrgica. É bem que não é máscaro que se chama, né? Digo mascaralha porque, num repente, malembrou da mascarilha. E também porque sim. E vou eu e:
ulha! pois! mascaralha! claro!
Mas pronto, por mor de não sobrecarregar o mundo com tamanha obscenidade, que o pobre, disso, não está precisado, não colocarei a mascaralha em título algum.
Entretanto este fica como sendo um post três em um, fica já aqui duas coisinhazinhas acontecidas há uns dias, quando eu ia 'dentro' de uma mascaralha.

Quando na rua, armada de mascaralha e de óculos escuros, aproximei-me de uma passadeira. O senhor condutor não me viu e não parou. Porém, que é o mesmo que pôr em, desculpou-se vocalmente, e duas vezes.
Desculpe, minha senhora. Desculpe.
Depois aconteceram coisas em mim:
1 - fiz um gesto de cabeça
2 - sorri
Mas não se viu nada. Fui branda, esqueci-me que estava de mascaralha e de óculos. Por ora, a gente querendo ser interpretada em gestos, há que os enfatizar até mais não. Meneares amplos, gestos largos. Calhando, falar, até. Podia eu ter respondido ao cavalheiro:
Ora essa, caro senhor, ora essa.
Pois está claro que podia.

Entrei na grande loja e lembrei-me de espirrar. Pá, saiu. Como sabem, agora é ofensivo espirrar para a frente. O pior foi o pingo a escorrer e eu a enfiar o lenço por baixo da mascaralha e o pingo todo mal limpo e a querer entrar no buraco logo abaixo. Pois é, ou não é, não é nada bonito de se ver, mas aconteceu tudo por baixo da mascaralha, ninguém me viu a lamber ranho.

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