segunda-feira, 18 de maio de 2020

Gina, a (que já não é a*) desmancha-prazeres de 'La Casa de Papel'

*por demorar tanto tempo a construir estes posts,
o que significa que já toda a gente sabe como foi,
deixei de ser a desmancha-prazeres que fui em tempos,
e, ressalvando por antecipação, olhem que aquela porra não termina,
é a quarta temporada e ainda não aconteceu o adeus

1º episódio
Nairóbi tinha sido alvejada no último momento do último episódio da temporada anterior, que eu bem me lembro e a trama continua daí - tentam salvá-la.
O Helsínquia era tolinho, sim senhoras e senhores, mas na temporada anterior, nesta não, lá se desenvencilha e salva a Nairóbi, que, quando acordada, quer ser entregue à Polícia por conta da chantagem de que foi alvo no último episódio da temporada anterior.
Antes que me esqueça: o genérico parece-me diferente, tanto em imagem como no som, isto apesar de ser a mesma intérprete.
Numa altura de grandes ansiedades, há por ali tanto nervo, mas tanto nervo, que todos se voltam contra todos, há até uma cena em que se apontam armas às cabeças. Assim em roda, sabem? Cada um ameaça o outro a seguir. Cada um atrapalha a vida do outro, vá. Isto acontece porque as opiniões divergem no que toca à questão de a Nairóbi se entregar.
Aparece a estrada 435, iei! Eu conheço, eu conheço! Mas é de a ver cruzar-se com a que percorro há anos, a 433.
A tabuleta que indica a estrada aparece porque o Marselha segue por aí com o sinal do Professor para despistar a Polícia, enquanto, nesse preciso momento, o Professor se encontra debaixo de uma caixa para se encobrir de um touro do qual teve que se livrar e livrou-se assim, debaixo de uma caixa. Como é que o Professor foi para ao recinto do touro é que não vos posso adiantar, que não fixei esses pormenores.
A série está trespassada por cenas anteriores, ou seja: há uma mistura de passado com presente. Já na temporada anterior acontecia assim e vem daí esta minha consideração: é uma maneira de os personagens continuarem connosco, mesmo os que entretanto morreram.
O Marselha, o condutor que vai a fazer as vezes do Professor, ainda ao volante, enfia um capacete, despista-se propositadamente, não sem antes deixar o veículo carregado de provas, como por exemplo sangue do Professor, com o qual espargiu o veículo por dentro para que todos cressem que era ele que lá ia.
Pequeno à-parte: parteira diz-se comadrona, em espanhol.
Andam à procura de doadores de sangue para que a Nairóbi seja tratada em condições. É A negativo.
Pequeno à-parte, mas maior que o anterior: pesquisei para saber se é um dos sangues raros mas não conclui nada, quem sabe seja, para que a atenção do espectador aumente.
Procuram um doador entre os reféns. Muitos dizem que não pertencem ao grupo sanguíneo, até que dois se voluntariam. Um deles é o Arturito, o cobardolas.
Numa das partes em que a história vai atrás, o antigo dirigente do assalto, o Berlim, casa com uma jovem. Linda e fresca, como convém à trama. Sabem todos já da grave doença deste noivo. Quando no fim da festa do casório, digo eu: naquela parte em que todos se põem a dançar e a cantar alegremente, o Professor é o único que permanece sentado. Ouvimos a sua voz, comandada pelo pensamento:
«O que pesa mais: o amor ou a morte?»
O Berlim aproxima-se e, como se tivesse ouvido, responde:
«O que pesa mais é a vida.»
Considero uma reposta assertiva - a vida é o que nos pesa. O Berlim acrescenta:
«Porque a morte pode ser a melhor oportunidade da minha vida.»
É que ele é um doente e mesmo assim está-se a casar. Que outras ocasiões são mais promissoras de belas oportunidades de belas coisas viver?
O Denver mostrou-se estupidamente violento quando soube que a Estocolmo tinha estado a falar com o Arturito, amor da sua vida por alturas do primeiro assalto. O Arturito é astuto, conduz a conversa de modo a que o Denver se enraiveça de tal modo que o espanca quase até à morte. Fica o Arturito tão mal tratado, coitadinho.
O Professor sofre horrivelmente porque julga que a Lisboa morreu. Mas não.
A delicada operação à Nairóbi é virtualmente dirigida por um cirurgião. Na esquadra, descobrem esses sinais e cortam-nos. Portanto, a Nairóbi corre ainda mais perigo de vida e é neste suspense que termina o primeiro episódio.

2º episódio
Incrivelmente, oh vejam lá, o segundo episódio começa mostrando quão frágil está o estado da Nairóbi. Como o cirurgião já não se encontra online, os cirurgiões (que são os assaltantes e, se bem me lembro, quem comanda a operação à Nairóbi é a Tóquio) sem canudo não têm guia.
Ah, não posso crer! A Lisboa chega à esquadra onde em tempos idos tanto falou com o Professor.
O Palermo quer bazar, diz-se farto de tudo, mas a Tóquio não deixa. O Palermo argumenta:
«Ya no estoy entubando.»
Quando o Helsínquia intervém, chamando-o à razão, ele reconsidera e mantém-se.
A Tóquio fala com o Professor e lembra a possibilidade de a Lisboa estar ainda viva.
O Professor e o Marselha estão à batatada enquanto a Lisboa e a Alicia – a actual inspectora e substituta da Lisboa - estão a conversar. Não sei o porquê do desacato dos dois nem o teor da conversa das duas.
De novo aparecem cenas do casamento que já consta no episódio anterior. Canta um coro de padres e, convencido pelos discípulos, o Professor dança alegremente com todos. Que cena tão bonita.
O Professor e o Marselha estão agora de posse daquilo tudo com o intuito de resgatar a Lisboa. Enquanto isso, a Alicia interroga a Lisboa, não usando nem um pingo de condescendência.

3º episódio
O Denver esculpe um coração em ouro. Aquilo foi uma sobra de alguma barra (das roubadas) com certeza. O seu semblante mostra-se sofrido de uma dor em que se mistura amor, ódio e ciúme. E raiva. Muita raiva.
O polícia que caiu à piscina vai ter que cooperar com o Professor e o Marselha. É tanto assim que o papel deste polícia na trama é como que basilar. Lá o convenceram a tentar fazer passar a mensagem que o Professor iria fazer tudo por tudo e até de tudo para resgatar a Lisboa. Convenceram, quero eu dizer... Pois que remédio teve o desgraçado, né? (é)
O Denver transporta agora o seu coração esculpido. O intuito é oferecê-lo à Estocolmo. Encontra-a conversando com o Rio. Não fora toda a tensão desta história e quase pareceria que conversavam descontraidamente. Só que não combina, né? (é) Ou bem que andam de arma em riste e o coração num sobressalto, ou bem que se animam mediante conversas desafogadas de qualquer tipo de retração.
Entra mais um romance em cena: o Bogotá está apaixonado pela Nairóbi. Convenhamos que ver alguém desprotegido e tão frágil faz nascer um sentimento protector, daí é um pulinho para o amor e todas essas coisas do bem.
A Alicia tortura a Lisboa, não a deixando dormir.
O Denver, ao aproximar-se do 'parzinho', percebe que eles estavam descalços. E eu há pouco a dizer da descontração desarrazoada e mais não sei o quê. Pois, realmente é estranho que se mantenham descalços em situações destas. Hum.
Imagens dão-me a entender que o Rio foi sexualmente torturado quando lá longe. Coisas ainda da temporada anterior. Pobrecito... Madre mia.
«Dicem que el amor mueve el mundo, pero lo cierto es que lo odio no lo fica atras.»
Olhem, o Professor... O Professor, hã?, disse «no lo se». Nunca pensei ouvir isto da boca dele. «No lo se». Seguido de, e em modo explicativo de 'a razão por que estou assim é' «estou muito cansado, não consigo pensar». Ele agora já sabe que a Lisboa está viva. A cumplicidade do polícia caído na piscina deu arranque a isso.
A mãe e a filha da Lisboa encontram-se escondidas algures nas Filipinas, então, a Alicia está agora a dar oportunidade à Lisboa de falar com elas. Mas é uma coisa meio que metida dentro de uma chantagem, da qual já não percebi o suficiente para explanar. Ficamos assim: a Lisboa é chantageada e um dos pontos é a segurança de um dos maiores bens da vida, a família. É no meio disto tudo que o polícia vem trazer café e ao pousar a chávena roda o pulso em maneiras de mostrar o relógio do Professor. Ah, então é isso.
Mais um episódio que termina com a Nairóbi em modo quase-a-morrer. Em terminar episódios assim é ela a rainha.

4º episódio
Começa cinco anos antes. Dia D, aparece no ecrã. É referente ao primeiro dia do primeiro assalto. Presumo. Se não for, mal não vem ao mundo, ou à história. É muito engraçado ver o Banco sem toda a questão do assalto - fatos vermelhos às centenas, vestindo assaltantes e reféns, gatilhos vários, uma panóplia de munições e, sobretudo, tensão e medo.
A Nairóbi acorda. Não sei se sonho, se realidade, mas é o que vejo. E vejo que o Gandia quer matá-la. Hum.
A Alicia, a inspectora (e grávida !) tortura, ou sobrecarrega emocionalmente, a Lisboa. Esta pergunta àquela como é que consegue, sendo tão má, chegar a casa e abraçar o marido, em suma: sentir amor. Mas a Alicia revela que, afinal, oh vejam lá, enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Gostei desta frase. Até a vou repetir para ficar isolada:
Enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Porra, que maravilha!
A Alicia aproveita para destilar a dor. Pesarosa, acrescenta que ele ia morrendo por dentro e ela ia gerando vida, também por dentro, ele acinzentava e ela ia ficando cor-de-rosa, ele emagrecia e ela engordava. As últimas palavras deste marido foram: «Põe nas notícias.»
Ora bem, está aqui uma curiosidade – o Gandia foi em tempos segurança no Banco e, naquelas cenas de há cinco anos atrás, já ele apareceu, contracenando com o Berlim. Este trapaceia o Governador, já nessa altura, para tentar amanhar-se de alguma forma, digamos que intentava adquirir umas noções de práticas disto e daquilo, o que o levaria a conhecer muitos aspectos do interior do edifício, o que ajudaria bastante por alturas do assalto. Era nessa altura que o Gandia era lá segurança e foi ele que acompanhou o Berlim nessa visita que, de especial, tem tudo. Eu cá acho. Acabado o negócio entre o Governador e o Berlim – negócio, sim, mas fictício – este encaminha-se para a viatura, que era ocupada pelo Professor, e declara convictamente que o Gandia tem que ser morto. Mas o Professor não quer. Dá-me a ideia que se vai arrepender...
Estão quase todos desconfiados que foi o Rio que 'desalgemou' o Gandia. É que ele apareceu solto e tem estado estes episódios todos preso, portanto: refém mais refém ainda que os reféns.
É noticiada uma falsa notícia: tréguas entre a Polícia e os assaltantes. Entretanto, não percebo se à conta dessa falsa notícia, são entregues dentro do Banco oito grandes porções de paella. Esta pomposa entrega – sim, pomposa, parecia uma festa – é feita pelos polícias. Que giro. Ah, e também há pão.
O Gandia consegue sequestrar a Tóquio para uma sala de pânico, apetrechada de tudo quanto é tecnologia, dali tudo se vê, tudo – portanto – se consegue controlar. O Professor, por sua vez, já não possui uma sala assim, o Gandia cortou-lhe os fios.
Paira ainda a dúvida por sobre o Rio – terá ele ajudado o Gandia a escapar-se? Será o Rio um traidor?
Há um clima assaz novelesco por entre personagens como a Tóquio, o Rio, a Estocolmo e o Denver. Ou seja: a primeira e o segundo deixaram o namoro, os seguintes estão numa situação meio esguelhada, então os parzinhos estão como que a trocar-se.
O Rio revolta-se imenso com tanta desconfiança que os seus colegas têm acerca da sua fidelidade para com o grupo, faz-me crer que jamais os trairia. Então, no ecrã, nem só para mim mas faz de conta, intenta, neste fim de episódio, ir matar o Gandia. O Denver, como acto de solidariedade para com o colega, junta-se-lhe. Vão os dois, corredor afora.

faltam outros quatro episódios, se demorar tanto tempo a escrever esses como demorei a escrever estes, temos que esperar ainda umas semanas, mas pronto, o que vale é que vocês gostam de mim na mesma

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